Francisco Miguel de Moura*
Acentos:
I - A letra “u”, coitadinha, que sofria de mal de Parquinson, agora ficou boa. Foi o médico dizer “não trema” e ela nunca mais tremeu. Escreva-se asssim: linguiça, freguência e as demais que tinham o mesmo mal.
II - Nosso alfabeto, que tinha 23 filhas (letras), acaba de adotar do inglês mais 3 outras filhas: K, W e Y. Tomara que as irmãs adotivas se dêem bem na nova família.
III - Mesmo ao “sol do equador”, algumas palavras antigas - creem, veem, leem, enjoo, voo e semelhantes tiraram o chapéu sem se incomodarem com a careca.
IV - Aliás, os preconceitos, as diferenças caíram por terra: não mais acento diferencial agudo ou circunflexo, nem mesmo nas palavras por, para, pelo, pera, pode (deferenciando verbos e palavras de outra categoria).
V - Algumas palavras ficaram mais suaves perdedendo seus acentos: Assembleia, porque agora as reuniões são em pé; Coreia, onde não havia assento pra todo mundo; jiboia, animal muito deselegante com acento (em assento ou de pé); ideia, que ficou mais dinâmica, e as demais terminadas em eia e oia, por motivos não confessados.
Observações:
1 – Para quebrar a frieza das regras, fiz um jogo de humor com as palavras acento e assento.
2 - Ortografia é letra, escrita; a pronúncia das palavras mencionadas continua a mesma.
Permanência do hífen:
VI - Para evitar choque elétrico na corrente da escrita, usar o hífen quando a 2ª palavra do conjunto começa com “h” . Ex.emplos: mini-hotel, mini-horta, anti-história, extra-humano. O “h” não tem valor mas não gosta de união: é letra egoísta.
VII - Palavras com vogais iguais no meio do conjunto formam umaa nova com o uso do hífen: É o pricípio do choque a ser evitado. Exemplos: anti-imperialista, micro-ondas, auto-organização.
VIII - Também usar o hífen quando a 2ª palavra do conjunto começa com “r” ou “h”. Esta letrinha não tem condição de chamar outra para o conjunto porque é muda. Mas o “r” briga com o irmão e ficam separados. São exemplos: super-homem, hiper-ridículo, inter-relação.
IX - Não usar o hífen se a primeira palavra é vice. Exemplo: vice-presidente. A justificativa é que vice é vice e presidente (ou o cargo que for) é sempre presidente, mesmo quando o vice assume – e continua vice.
IX - Com os prefixos “anti” e “mini”, antes de palavra começada com “s” ou “r”, não usar o hífen, pois o casamento é perfeito, nascendo daí uma filha igual à mãe – a consoante acescentada (duplicada). Exemplos: antissocial, minissaia, minirreforma.
O enterro do hífen
Como vimos, os acentos teem alguma importância e menor complicação. Quanto ao “hífen”, pra falar a verdade, deveria ser extinto como foi o “trema”. Quero viver para presenciar o seu enterro.
______________________
*Francisco Miguel de Moura, escritor, foi professor, mas está aposentadíssimo. Assim seja.
Acentos:
I - A letra “u”, coitadinha, que sofria de mal de Parquinson, agora ficou boa. Foi o médico dizer “não trema” e ela nunca mais tremeu. Escreva-se asssim: linguiça, freguência e as demais que tinham o mesmo mal.
II - Nosso alfabeto, que tinha 23 filhas (letras), acaba de adotar do inglês mais 3 outras filhas: K, W e Y. Tomara que as irmãs adotivas se dêem bem na nova família.
III - Mesmo ao “sol do equador”, algumas palavras antigas - creem, veem, leem, enjoo, voo e semelhantes tiraram o chapéu sem se incomodarem com a careca.
IV - Aliás, os preconceitos, as diferenças caíram por terra: não mais acento diferencial agudo ou circunflexo, nem mesmo nas palavras por, para, pelo, pera, pode (deferenciando verbos e palavras de outra categoria).
V - Algumas palavras ficaram mais suaves perdedendo seus acentos: Assembleia, porque agora as reuniões são em pé; Coreia, onde não havia assento pra todo mundo; jiboia, animal muito deselegante com acento (em assento ou de pé); ideia, que ficou mais dinâmica, e as demais terminadas em eia e oia, por motivos não confessados.
Observações:
1 – Para quebrar a frieza das regras, fiz um jogo de humor com as palavras acento e assento.
2 - Ortografia é letra, escrita; a pronúncia das palavras mencionadas continua a mesma.
Permanência do hífen:
VI - Para evitar choque elétrico na corrente da escrita, usar o hífen quando a 2ª palavra do conjunto começa com “h” . Ex.emplos: mini-hotel, mini-horta, anti-história, extra-humano. O “h” não tem valor mas não gosta de união: é letra egoísta.
VII - Palavras com vogais iguais no meio do conjunto formam umaa nova com o uso do hífen: É o pricípio do choque a ser evitado. Exemplos: anti-imperialista, micro-ondas, auto-organização.
VIII - Também usar o hífen quando a 2ª palavra do conjunto começa com “r” ou “h”. Esta letrinha não tem condição de chamar outra para o conjunto porque é muda. Mas o “r” briga com o irmão e ficam separados. São exemplos: super-homem, hiper-ridículo, inter-relação.
IX - Não usar o hífen se a primeira palavra é vice. Exemplo: vice-presidente. A justificativa é que vice é vice e presidente (ou o cargo que for) é sempre presidente, mesmo quando o vice assume – e continua vice.
IX - Com os prefixos “anti” e “mini”, antes de palavra começada com “s” ou “r”, não usar o hífen, pois o casamento é perfeito, nascendo daí uma filha igual à mãe – a consoante acescentada (duplicada). Exemplos: antissocial, minissaia, minirreforma.
O enterro do hífen
Como vimos, os acentos teem alguma importância e menor complicação. Quanto ao “hífen”, pra falar a verdade, deveria ser extinto como foi o “trema”. Quero viver para presenciar o seu enterro.
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*Francisco Miguel de Moura, escritor, foi professor, mas está aposentadíssimo. Assim seja.
Um comentário:
Esta foi a melhor maneira de se relatar as mudanças ortográficas. Parabéns pela criatividade!
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