SERÁ SAUDADE?
Francisco Miguel de Moura*
SOLUÇO
Abençoado soluço, sol/u(n)ção!
Eu fui tão menos – não sou mais...
Um “eu”desencantando o encanto:
Na solidão da vida cama e carne.
Onde o passado que não passou?
Como passei tão mal? Passei?
Como acordou-me? É algo?
Pensar num coração im(pedido),
Sem talvez um olhar galhofeiro
Sobre si mesmo, ou de mau grado,
A cada dia, a cada ente, é mais degredo.
Meio a medo, meio tonto, nada atento,
Soluçar seria mais uma outra desilusão
Como se os sonhos não florescessem.
CORAÇÕES PULSANTES
Um pedaço da infância me alucina:
Era um baixão plantado, o morro atrás
da casa, alevantado para o céu...
E o menino e a menina que subiam,
Subiam sem saber quanto subiam,
de braços, soltos para a nova vida...
Iam subindo, sem olhar pra trás,
O mundo que fugia nuns suspiros
Em busca d’outra via e muito mais.
Sorviam o licor da infância finda,
A vida branca não queriam mais.
O amor que é loucura, mas gostosa
É a loucura do carinho e do caminho
Desconhecido, é um chamego, faz
Uma dor tão gostosa do mistério
Que a gente não esquece nunca mais.
Os corações que pulsam, pulsam tanto
Que se perdem na estrada e no recanto.
___________
* Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, com vários livros publicados, no Brasil, e publicações em jornais e revistas no exterior. Membro da IWA – International Writers and Artists Association, USA
Francisco Miguel de Moura*
Helas! Pequenos gozos
Que passam e passarão
Por nós com o tempo.
E eu vou sem tempo
Passado.
As flores passaram,
Não lhes vi o perfume,
Foi como um vislumbre,
Nem lhes ouço as falas.
As ruas vão passando,
Eu cada vez sozinho,
Com nome, sem nome,
Com fome, com sede,
Ignorando.
Sem elas, donzelas,
Pelas janelas
Flores de carne,
Não haverá vindas
Nem partidas,
Beijos nem despedidas.
E as saudades se ficam
No espaço
Da descontínua vida.
SOLUÇO
Abençoado soluço, sol/u(n)ção!
Eu fui tão menos – não sou mais...
Um “eu”desencantando o encanto:
Na solidão da vida cama e carne.
Onde o passado que não passou?
Como passei tão mal? Passei?
Como acordou-me? É algo?
Pensar num coração im(pedido),
Sem talvez um olhar galhofeiro
Sobre si mesmo, ou de mau grado,
A cada dia, a cada ente, é mais degredo.
Meio a medo, meio tonto, nada atento,
Soluçar seria mais uma outra desilusão
Como se os sonhos não florescessem.
CORAÇÕES PULSANTES
Um pedaço da infância me alucina:
Era um baixão plantado, o morro atrás
da casa, alevantado para o céu...
E o menino e a menina que subiam,
Subiam sem saber quanto subiam,
de braços, soltos para a nova vida...
Iam subindo, sem olhar pra trás,
O mundo que fugia nuns suspiros
Em busca d’outra via e muito mais.
Sorviam o licor da infância finda,
A vida branca não queriam mais.
O amor que é loucura, mas gostosa
É a loucura do carinho e do caminho
Desconhecido, é um chamego, faz
Uma dor tão gostosa do mistério
Que a gente não esquece nunca mais.
Os corações que pulsam, pulsam tanto
Que se perdem na estrada e no recanto.
___________
* Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, com vários livros publicados, no Brasil, e publicações em jornais e revistas no exterior. Membro da IWA – International Writers and Artists Association, USA
2 comentários:
Muito bons.
Boa semana
Umbelina Gadelha,
Obrigado! Pelas visitas e comentário. Nunca recebi elogio tão grande em duas palavra. É porque você gostou mesmo. Estou tendo uma boa semana, acredite. Um bom final de fevereiro e entrada de março.
Com relação a seu blog, vou visitá-lo mais vezes, mas achei gostoso, suscinto como você, sincero. Amém
Abraços
Francisco Miguel de Moura
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