domingo, 17 de junho de 2012

A COISA BRABA - SONETO





Francisco Miguel de Moura*       






Quando acordo e me vejo pelo espelho
do meu quarto, a  janela inda fechada,
nada do que já fui, nada do velho
me vem à frente. Onde  perdi a estrada?

Sinto-me preso a um  mundo que desaba,
sem graça, sem amor, sem segurança.
Não sei de onde é que vem a coisa braba,
se é por defeito meu, se é por vingança.

Tudo foge de mim. Onde está o homem?
O tórax sufocado pelo abdômen
e é tudo que me sobra do “eu” aflito.

Tento entender meus males, fecho o cenho,
mas não sei por que diabos me contenho,
sem forças de gritar...Retenho o grito. 

____________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, elogiado pela crítica especializada de norte a sul, inclusive pelo exímios sonetistas Hardi
Filho e Francisco Carvalho.

2 comentários:

António Je. Batalha disse...

Olá amigo,poesia fantastica, e seu blog é muito bom, e desde já quero dar-lhe os parabéns, Sou Antonio Batalha portugues e gostava de lhe fazer um convite: Tenho um blog Peregrino e servo, e se desejar fazer parceria me deixava muito honrado em tê-lo como meu amigo virtual, claro que vou retribuir. Obrigado e tudo de bom.

CHIICO MIGUEL disse...

Vou tentar acessar sua página, se for possível me farei seguir dela.
Tenho outros blogs:

http://franciscomigueldemoura.blogspot.com
http://abodegadocamelo.blogspot.com

Obrigado pela visita e pelo comentário.
francisco miguel de moura

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