Um sorriso na venda ou no mercado,
Uma flor que se abriu noutro jardim
(e ninguém viu, ninguém adivinhou).
Um amigo que sumiu na cidade
Grande. E por que sumiu? Voou?
A borboleta que morreu voando,
Bateu asas em busca de uma irmã,
A moça de azul cetim e a tarde clara.
A gente lembra sempre a dor que dói
Dentro do peito pra morder a alma,
Por alguém que partiu, sumiu, finou-se...
E não esquece a dança mal dançada
Que a vida, por mais feia, nos mostrou.
Que um sorriso nem sempre é alegria
Que os perfumes são conforme a flor.
Esquece-se do sonho mal sonhado,
Qual pesadelo de morte (ou do amor)
Que acaba bem mal acabado?
Ninguém esquece nada, fica a cicatriz
Do que se quis fazer e o destino não quis.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta em qualquer parte e que, como os sambistas, de qualquer coisa faz poemas, tece fantasias...
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