sábado, 22 de junho de 2013

LEMBRANÇAS

Francisco Miguel de Moura*




Um sorriso na venda ou no mercado,
Uma flor que se abriu noutro jardim
(e ninguém viu, ninguém adivinhou).
Um amigo  que sumiu na cidade
Grande. E por que sumiu? Voou?

A borboleta que morreu voando,
Bateu asas  em busca de uma irmã, 
A moça de azul cetim e a tarde clara.

A gente lembra sempre a dor que dói
Dentro do peito  pra morder a alma,
Por alguém que partiu, sumiu, finou-se...

E não esquece a dança mal dançada
Que a vida, por mais feia, nos mostrou.
Que um sorriso nem sempre é alegria
Que os perfumes são conforme a flor.

Esquece-se do sonho mal sonhado,
Qual pesadelo de morte (ou do amor)
      Que acaba bem mal acabado?

Ninguém esquece nada, fica a cicatriz
Do que se quis fazer e o destino não quis.


__________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta em qualquer parte e que, como os sambistas, de qualquer coisa faz  poemas, tece fantasias...

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