Por que o poeta escolhe os caminhos
Onde deixa rastos de viagem,
Em busca do que quer e ama?
E o caminhante pode ir sozinho, à toa,
Passear entre as flores ao rés do chão,
Com os pássaros cantando nas ramadas...
E assim descansar suas canseiras
Da vida, que, às vezes, nos engana,
E traz venenos que precisam cura
Da natureza tão bem vinda, de graça.
Os caminhos de hoje são estradas sem fim,
Poluídas por carros de mau cheiro de fumaça
E deixam seu veneno em vez de flores,
E a música é de pneus raspando o asfalto,
E da estrídula buzina furando nossas oiças.
Caminhos e veredas eram de corpo franzino
E espíritos fortes, com seus frutos doces,
Que caíam, sem conta, a nossos pés,
Além do orvalho a lavar o nosso rosto.
Que saudade dos caminhos sem rótulos,
Sem placas, sem sinais, e, em cada árvore
Conhecida, a marca de singular lembrança
Da passagem, ida e volta, e a pretensão.
Importante não era chegar e voltar logo,
Era ir sempre em frente e em direção
De uma esperança, o futuro, uma emoção.
Estrada é preta, é morte... Caminho é salvação.
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*Francisco Miguel de Moura, basileiro, poeta e prosador, gosta e faz como pode: uns gostam, outros não. Gosto já se discute. Espera comentários
2 comentários:
Bela poesia.
Seu Eduardo Lico,
Obrigado por sua visita, volte sempre que o receberei de braços abertos, por isto vai um abraço cheio. Vou tentar conhecer seu blog e conhecê-melhor.
Do bolgueiro amigo
Chico Miguel de Moura
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