Francisco Miguel de Moura*
Só tenho olhos pra aquilo que me nega,
só sinto o cheiro e a fala de outras vinhas,
mais me apetece o rosto sem covinhas,
em mim a luz é sombra e se me integra.
Se gosto existe, a boca, não me entrega,
mas se alisam meu corpo – coisa minha –,
meu passado sofrido se esfarinha
e a nuvem interior se desintegra.
A natureza, em mim, vem da floresta.
Gosto do vento a arrepiar a testa,
gosto de rir... Mas como rir primeiro?
Vivo tão sério! Não, de mim não riam,
se as emoções mais tolas me aliviam:
- São pérolas que dôo ao mundo inteiro!
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*Francisco Miguel de Moura, brasileiro, escritor, mora em Teresina, PIAUÍ - BRASIL
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