sábado, 11 de janeiro de 2014

Francisco Miguel de Moura -MEDITAÇÕES

MEDITAÇÕES

Francisco Miguel de Moura*


Eis-me de novo na manhã nublada.

Espero o sol naquela ponta,
A luz me mostra os espinhos
Doloridos na pele
E de sua passagem por minhas veredas.
Passagem? A dor nunca passa,
É um ferro na alma,
Faz que desaparece no azáfama do dia,
No suor do trabalho
De quem inda tem fé
E esperança a seguir, a seguir.

Então enxergo no outro
Que a vida é doce,
Que o sol é doce,
Que o mundo se clareia
Em delícias invisíveis.

Só preciso viver e ver para afastar
Do peito a angústia de viver
Quando perdi o que não tinha
Que perder.

Agora sei o que é nada querer
E encontrando, não encontrar.
_________________
* Francisco Miguel de Moura, poeta, romancista, cronista, contista e crítico da literatura brasileira, nasceu no Piauí, onde mora atualmente (Teresina - Capital), mas já andou e viveu por outras terras, exemplos: Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).

2 comentários:

Unknown disse...

Ninguém perde o que nunca teve.
Se perdeu era porque tinha para perder.
Palmas.
Beijos!!

CHIICO MIGUEL disse...

Sim,meu ou minha cara Janice, sua interpreção é ótima. Do poema. Poucos sabem ler como você.
abraços
chico

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