Miguel
de
Moura*
Hoje somente vivo de palavras
(Elas me sabem a frutas verdes),
E eu sou frugal.
Nos lábios se tornam falantes
E é então que me vejo entre figuras:
Rosas, bogaris e açucenas
Mulheres e seus dengos e danças
Não faz mal! Não fazem mal!
O mal vem da raiz, da raiva, do temor,
E já ninguém me teme,
Já poucos me amam.
Só o amor universal me vige.
Meu medo da escuridão
Vai buscando olhos: Teus olhos,
Vossos olhos, ó santas,
Ó meu santos, meu São Francisco!
Adoro o sol, mas os raios me queimam,
Adoro a palavra que ouço sem sombra:
- Clara, fácil, vezes em gestos obcenos.
Meu sol é ainda a palavra que desce
Dos céus e alivia os bons,
Ou que sobe da terra (a essa eu não ligo).
Nestes movimentos tão pequenos,
Raios de luz abrigam-se na minh’alma
Alma de quem vaga procurando abrigo.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nascido no Piauí, mora em Teresina, cidade de sua paixão.
2 comentários:
Oi chico! Visitando seu blog e relendo se lindo poema.Abração!!
Obrigado, Regina. Tudo, é uma satisfação ver você por aqui. A poesia sempre com amor e paixão.
Abraço grade, amiga
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