segunda-feira, 13 de outubro de 2014

AS CRIANÇAS DE GAZA - Prosa e Poesia

Teresinka Pereira*


    As crianças que morrem em Gaza não têm o privilégio de saudar o novo ano de 2009 com seu sorriso inocente.
    Seus poucos dias, meses, anos de vida são passados na escuridão e pavor, em lágrimas e dor. Seu sangue fecunda o canto exato da terra em que nasceram: sua terra.
    Em meu entender, essa guerra em Gaza não tem nenhuma explicação válida.  Não importa quem sejam os donos dessa franja de terra, nem muito menos quem vive nas ricas colônias ou conjuntos de apartamentos judaicos ou nos casebres palestinos. Não me importa quem paga com o imposto obrigatório de seu trabalho honesto pelos mísseis que voam de um o outro lado da fronteira de Gaza. Os criminosos são os que os estão lançando, vendendo e comprando essas terríveis armas para matar e mutilar tanta gente ao mesmo tempo.
    A vida de uma criança vale muito mais que todas as ideologias religiosas ou políticas, vale mais do que os papéis de mapas oficiais da nova geografia dos países repartidos depois das guerras.
    As crianças morrem como pássaros indefesos arrancados do ninho antes de seu primeiro vôo.
Não quero nenhuma explicação nem razão pelas quais voam os mísseis. Não quero perdoar aos que mandam a morte, as feridas, a fome e o desamparo às milhares de crianças em Gaza.
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Nota:

Abrimos este oportuno espaço para publicar um dos poemas  mais sentidos e belos de Teresinka Pereira, entre os inúmeros que fez.  Teresinka já publicou cerca de 40 livros, mas, atualmente, diz que não mais pretende faze-lo. Seu interesse de divulgação agora é pela internet. Seus poemas são feitos e enviados para milhares de pessoas através de e-mails, tal como este que me mandou há algum tempo.
FMM

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SONHO ESSENCIAL

Que leia este poema
com calor na voz,
e os corredores
por onde caminhe
sejam jardins de cravos,
rosas e pássaros de muitas cores.

Que chegue a uma fonte
e nela uma primavera cante
em cascatas de versos
e em sua voz um riacho
vá gritando de alegria.

Quero que se lembre
de minha boca
no último beijo
e que leia meus versos
e que continue caminhando
neste sonho essencial.
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*TERESINKA PEREIRA é poetisa, crítica, editora, promotora de cultura. Mineira de nascimento, há muitos anos mora na cidade de Toledo, Ohio, USA, onde foi professora de língua portuguesa e literatura brasileira. Hoje, aposentada, dirige a IWA (Associação Internacional de Escritores e Artistas, com sede nos Estados Undidos).


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