terça-feira, 30 de janeiro de 2018

CONTRATENTOS

Francisco Miguel de Moura*


Seria uma manhã calma,
Feliz, absurdamente feliz,
Se não ouvisse palavras tropas,
Por trás das paredes
De sons matando gritos,
Uns de dentro, outros que se vão.

O vento uivava arrebentando os guizos.

Desconheço como o vento nasce e vive,
Quando entra, doido, pela janela,
Misturando papeis com versos e reversos,
Emoções e metáforas.
Metáforas que são minhas orações,
Para o gozo dos meus orgasmos
E inválidos espasmos literários.

E o vento rolando, arrebenta janelas.

Dai-me, paz, senhor do Infinito,
Abarca-me com a mão e o olhar,
Manda, pois, este vendaval parar
Enquanto cubro meu umbigo.



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