A PARTIDA
Francisco Miguel de Moura*
Na partida, os adeuses, gume
e corte
dos prazeres do amor, quanto tormento!
Cada qual que demonstre
quanto é forte,
lábios secos mordendo o
sentimento.
Do ser brotam soluços a toda
hora,
as faces no calor do
perdimento,
olhos no chão, no ar, por
dentro e fora,
pedem forças aos céus como
alimento.
Ninguém vai, ninguém fica, e
se reparte
no transporte que liga e que desliga!
Confusão de saber quem fica
ou parte.
Não se explica tamanha
intensidade
amarga, e doce, e errante,
que interliga
os corações perdidos de
saudade.
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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora
em Teresina,PI
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