quinta-feira, 28 de junho de 2018


A PARTIDA



Francisco Miguel de Moura*


Na partida, os adeuses, gume e corte
dos prazeres do  amor, quanto tormento!
Cada qual que demonstre quanto é forte,
lábios secos mordendo o sentimento.

Do ser brotam soluços a toda hora,
as faces no calor do perdimento,
olhos no chão, no ar, por dentro e fora,
pedem forças aos céus como alimento.

Ninguém vai, ninguém fica, e se reparte
no transporte que  liga e que desliga!
Confusão de saber quem fica ou parte.

Não se explica tamanha intensidade
amarga, e doce, e errante, que interliga
os corações perdidos de saudade.


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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina,PI

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