Francisco Miguel de Moura,
escritor brasileiro.
Membro da Academia Piauiense de Letras.
escritor brasileiro.
Membro da Academia Piauiense de Letras.
Seria um bom título popular para
uma crônica, se não fosse uma mentira, se avaliado cientificamente. Não
confiemos muito nos ditos populares, eles precisam de interpretação e, às
vezes, têm vários sentidos.
Um dia, faz algum tempo, conversando
com meu amigo Deusdeth Nunes (Garrincha), quando falei que “todos são iguais
perante a lei”, segundo nossa Constituição vigente, ele logo replicou,
contrapondo:
- Aí é onde começa a desigualdade.
Os humoristas tiram lições da coisas
verdadeiras, para fazer gracinha e trocadilhos, mas eles têm uma sabedoria
filosófica que nem imaginamos.
Acontece o seguinte, não há nenhuma pessoa
humana igual. Assim Deus nos criou, assim são as coisas que fazemos. Peço para
prestarmos bem atenção ao modo como uma pessoa em casa arruma as coisas e vem
outra da mesma família e muda, pode ser um filha ou marido. A empregada quando
arruma tudo do mesmo jeito que a patroa manda, é por falta de liberdade, mesmo
assim de vez em quando falha.
Dessas pequenas coisas nascem as
grandes.
Mas mudando um pouco ou mesmo sem
mudar, nunca deixo de exemplificar os regimes sociais de governo e produção:
comunismo, capitalismo, socialismo. Há outros? Há as nações governadas pelas
infames formas de opressão: as ditaduras.
Diga-se de passagem que o comunismo
aboliu todos os partidos e criou o Partido Comunista, que manda no governo e no
povo, na produção e falta de produção. No regime comunista todos são
funcionários do mesmo patrão, o governo, que representa o Partido. E ai! de
quem desobedece o Partido e as ordens dos maiorais do Partido. Isto é DITADURA
ou não é? Vai terminar nos calabouços, escondidos, onde os jornalista e a
imprensa de modo geral não tem permissão para entrar. Mas dizem e contradizem: É uma UMA DITADURA DO POVO. Que povo?
E voltamos à questão inicial: nos
regimes comunistas todos são iguais perante a Ditadura. E cada um com sua
liberdade de viver, criar, trabalha ou simplesmente ser malandro, onde fica? O
povo traduz-se, em qualquer parte do mundo, pelo diversificação das pessoas,
nunca pelo seu simples ajuntamento.
Diz sabiamente o filósofo Olavo de
Carvalho que “o comunismo é apenas uma construção hipotética destituída de
materialidade, um nome sem coisa nenhuma dentro, um formalismo universal
abstrato que não escapa ileso à navalha de Ockham, frade cientista
inglês William Ockham (1288-1347). Não
existiu nem existirá jamais uma economia comunista, é apenas uma economia
capitalista camuflada ou pervertida, boa somente para sustentar uma gangue de
sanguessugas politicamente lindinhos”.
Se pensarmos nos regimes da China e da
Rússia, o que são: simplesmente tem
governos de Partido único, mas com a economia é capitalista. No frigir do ovos
são ditaduras. Deixemos os nanicos Cuba e
Coreia do Norte, porque, além de não possuírem a densidade de grandes
economias, estão patinando na mentira dos que criam a doutrina materialmente
falsa, embora que idealmente (se pudesse existir). Seria como se transportassem
o céu para a terra.
Quanto ao socialismo é o mesmo, o
filósofo Osvaldo de Carvalho disse que é
um nome falso do comunismo para encobrir ditaduras nos países pobres e enganar
o povo.
O único regime político que existe, e
é “do povo, pelo povo e para o povo”, chama-se democracia. Ela resiste
desde os gregos e, em alguns países, tem se aperfeiçoado, criando a fórmula
parlamentarista. Neste particular, cite-se a Inglaterra, a França e a Alemanha
como os primeiros e mais aperfeiçoados. Nesses países há liberdades
especificadas em leis, assim como a fiscalização do cumprimento de tais leis. E
essas leis são feitas para o povo, em sua liberdade de ir e vir, falar e calar,
onde a defesa da vida e da economia são tratadas com cuidado e ciência. Nesses
países há povo, aqui (Brasil) somos um arremedo disto. Errou D. Pedro II,
quando disse: “Grande povo, grande povo!”
Voltando ao social não político, é
costume dizer-se hoje que os namorados, os casais que mais se parecem física e
psicologicamente se dão bem no casamento. Não há nenhuma estatística nem
comprovação disto. Da mesmo forma eu poderia dizer que os que menos são iguais
têm maior possibilidade de um casamento duradouro. Mas nada disto está provado.
Provado está que não ninguém é igual, justamente por isto é que somos chamados
de indivíduos e depois de educados, pessoas.
As pessoas aprendem a conviver em sociedade, os indivíduos são sempre
desajustados e se dão ao crime e a outras coisas não aceitas pela maioria.
“Cada qual com seu igual” é
coisa para as espécies. A espécie homem com a espécie homem; a espécie lobo com
a espécie lobo. E mesmo assim conta-se como verdade a história das crianças
criadas por lobas e, assim, andavam de
quatro e não sabiam falar.
Cada qual com seu igual é uma das
frases que não levarão a erros, quando tomadas como verdade absoluta.
E por falar em “absoluta”: Será que
existem verdades absolutas?
Para
o poeta Manuel Bandeira, que escreveu: “A vida é um milagre / Bendita a
morte, que é o fim de todos os milagres”, então seria a morte a verdade
absoluta. Bem, os poetas dizem coisas que até Deus duvida. Mas eu, que também
sou poeta, e hoje não estou poetando, acredito que Deus é o absoluto. Porém,
querido leitor, esta seria matéria para outro e outros artigos, que não sei se
vou ter condições de desenvolver. Mas o assunto e o problema estão postos para
a capacidade dos filósofos. Aguardemos. Talvez o Papa Francisco já tenha
versado sobre isto, que infelizmente não ouvi nem li. Li muitas outras coisas
importantíssimas de suas pregações. Minha dica é que nele vamos encontrar a
solução do assunto proposto, pois melhor sábio não há na terra, nos dias de
hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário