Crônica:
Francisco Miguel de Moura
Escritor, da APL-Piauí
Vejo Mecinha quando ainda era uma menina de quatro anos, bonita, bem comportada, tímida mas inteligente e viva. Admiradora inconteste das chiquititas e da cantora mexicana Thalia (a artista da novela "Maria do Bairro"), estava na fase de encantamento com o palco.
Diante de um programa de televisão local, onde várias crianças cantavam e dançavam, ela me diz:
- Você sabia, pai, que eu quero ser cantora, quando crescer?
- Sabia não - respondo, quase sem pensar.
Porém, como que acordando, argumento em seguida:
- Minha filha, de cantora não dá pra você viver no Piauí, ganha tão pouco!
Ao que Mecinha responde toda cheia de si mesma:
- Mas, pai, eu quero ser cantora de televisão como a Thalia, entendeu?
Aí, então, eu concordei:
- Ah, sim, assim está bem. Assim, pode.
Coisas de criança.
Mecinha hoje já escreve histórias, publicou um livrinho ao qual batizou de "O Peixe Dourado" e ilustrou-o com seus próprios desenhos. Estando já na série "alfabetização" e gostando de ler historinhas, não falava em ser escritora. Ainda bem.
Diz que quer ser médica, doutora em medicina.
- Uf! finalmente, suspiro aliviado.
Até quando, só Deus sabe.
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