sábado, 4 de abril de 2009

TROVANDO O TEMPO


Francisco Miguel de Moura*


O tempo é meu grande apelo:
Não tem começo nem fim:
Enquanto eu passo sem vê-lo,
Ele me vê sempre a mim.

Posso fazer o que é dele
E ele vai passando assim:
Enquanto não penso nele,
Ele só pensa em meu fim.

A vida é morte, mas ele
Não tem começo nem fim.
Sem o meio – meu e dele,
O que seria de mim?

Tudo isto é muito belo,
Vivendo tim por tintim,
Portanto, perder seu elo,
Seria muito ruim.

Porém se perco este anelo,
Faço o crime de Caím:
Enquanto o mato, ele é belo,
Mas, se me mata, ai de mim!


Vou terminar por aqui,
Pois que isto não tem fim:
Eu só vou até ali,
Mas ele diz: Sou assim!

Se és assim ou assado,
Tempo, faz algo por mim:
Sem presente nem passado,
Dá-me a lâmpada, Aladim!


*Fraancisco Miguel de Moura, poeta brasileiro. E-mail:
franciscomigueldemoura@superig.com.br

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