Alunos de Enfermagem
orientados pelo Mestre
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De que é feita uma universidade?
Muito mais que alicerces, cimento, areia, tijolos e telhas é necessário para edificar uma instituição tão importante. O trabalho e a união de todas as pessoas envolvidas são seus verdadeiros espetáculos. A Universidade Federal foi um marco na história do Piauí: representou a concretização de um sonho, fez e faz parte da vida de muita gente. Ensina muito mais do que está nos programas de cursos e nos livros, e, mesmo 40 anos depois de sua fundação, continua a alimentar esperanças e contribuir para a formação e transformação do Piauí. Para celebrar seu aniversário, o Jornal da UFPI fará uma série de matérias para contar um pouco da história da maior instituição de ensino do estado.
Em 12 de março de 1971, a Universidade Federal do Piauí, instituída nos termos da lei nº 5.528, de 11 de novembro de 1968, abria suas portas pela primeira vez. Pessoas de todo o Piauí e região convergiam para a nova Meca do conhecimento e oportunidade no estado. Com a inauguração da Usina Hidrelétrica Marechal Castelo Branco – posteriormente rebatizada de Boa Esperança – e a instalação da Universidade, a população experimentava um sentimento coletivo de progresso e esperança nunca sentido. No Brasil, a ditadura militar ainda regia com mão de ferro, sob a presidência de Emílio Médici. No mundo, a União Soviética e os Estados Unidos competiam para ver que esticava o braço mais longe, a corrida espacial continuava a todo vapor e, entre sucessos e acidentes espetaculares, as sondas alcançavam Marte e não paravam de avançar. De volta à Terra, a atroz Guerra do Vietnã ainda perdurava, e os ianques começavam a dar sinais de derrota, com a retirada de algumas tropas aliadas da guerra.
Com o “milagre econômico”, no Brasil, e a evolução tecnológica dando grandes saltos mundo a fora, um sentimento de prosperidade pairava no ar. O desejo de avançar se concretizou no Piauí com a instalação da hidrelétrica e da Universidade, fazendo o sonho mais papável para os piauienses que, a despeito de todas as limitações e da atual pobreza de sua terra, começam a visionar oportunidades de profissionalização e riqueza.
Com o início do governo Alberto Tavares Silva, em 1971 – que iniciou sua gestão três dias após a inauguração da UFPI, Teresina passou por um acelerado processo de modernização. O lendário governador, em sua administração que preencheu a primeira metade dos anos 70, construiu o Albertão, o Hospital de Doenças Infecto-Contagiosas (HDIC) e o Polo Petroquímico de Teresina, além de várias estradas, como a Transpiauí. A Capital do Sol, tomava o caminho rumo à metropolização.
Os alunos que ingressassem em um dos cinco cursos existentes inicialmente na UFPI – Direito, Geografia, História, Medicina e Letras – enfrentavam as ruas de terra acidentadas e, quando chovia, enlameadas, para ir estudar em uma zona semirrural, o então matagoso e longínquo bairro Ininga. Quem viesse de ônibus teria que ter paciência, pois só havia uma linha de transporte coletivo ligando a Igreja de São Sebastião à Universidade.
O campus era um verdadeiro campo e não era difícil esbarrar com uma vaca ou cavalo antes de chegar à sala de aula.
Poucos eram os jovens que conseguiam a proeza de ingressar na academia, a maior parte dos alunos era composta por pessoas mais velhas, majoritariamente homens. Porém, a despeito da idade, todos entravam com muito otimismo e avidez. Entrar na Universidade não era menos que um sonho realizado, uma garantia de vitória na vida. A educação nos anos 70 era a chave para a mudança – e certas coisas não mudam, nem mesmo em 40 anos.
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Veja a matéria do link abaixo:
http://www.ufpi.br/noticia.php?id=17368
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Publicado no Jornal da UFPI, Gabinete do Reitor, Coordenadoria de Comunicação da UFPI – Ano 1 – Nº 03 – Maio de 2010, pág. 11.Editora-chefe e jornalista esponsável: Paula Danielle Chaves - (MTB - 1161).
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