segunda-feira, 7 de março de 2011

TROVANDO O TEMPO - FRANCISCO MIGUEL DE MOURA


TROVANDO O TEMPO

                    Francisco Miguel de Moura*

O tempo é meu grande apelo:
Não tem começo nem fim:
Enquanto eu passo sem vê-lo,
Ele me vê sempre a mim.

Posso fazer o que é dele
E ele vai passando assim:
Enquanto não penso nele,
Ele só pensa em meu fim.

A vida é morte, mas ele
Não tem começo nem fim.
Sem o meio – meu e dele,
O que seria de  mim?

Tudo isto é muito belo,
Vivendo tim por tintim,
Portanto, perder seu elo,
Seria muito ruim.

Porém se perco este anelo,
Faço o crime de Caim:
Enquanto o mato, ele é belo,
Mas, se me mata, ai de mim!

Vou terminar por aqui,
Pois que isto não tem fim:
Eu só vou até ali,
Mas ele diz: Sou assim!

Se és assim  ou  assado,
Tempo, faz algo por mim:
Sem presente nem passado,
Dá-me a lâmpada, Aladim!

___________________
*Poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí, membro da Academia Piauiense de Letras e da Associação Internacional de Escritores e Artistas (IWA, sigla em inglês), com sede em Toledo, OH, Estados Unidos.
 

Um comentário:

Gisa disse...

Há tempos em que zombamos do tempo e há tempos em que o tempo zomba de nós. Esta luta, que nos parece insana, dura a vida.
Um grande bj querido amigo

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