Francisco Miguel de Moura*
De repente aparece o sinal
De arco-íres nos olhos,
Lágrimas fluindo como um rio
De desejos reprimidos/repressores
E ela cai
Rola pelos joelhos e, ele,
Levanta-a e leva para casa,
Vai curar-lhe as feridas:
- Ele era o santo padre,
- Ela a freirinha linda.
Mas as almas se caem de quatro
As camas esperam os corpos
Como sepulturas.
Mas ... Primeiro, o natural
No matagal vizinho cheio de intempéries
Depois... Merda para a vizinha.
Alegria escondida se extravasa
Em casa bem distante.
Medo de serem ouvidos
Nos berros matando a sede,
Amando e lambuzados
À luz das estrelas
Na noite que terminou em espinhos.
Correm de manhã, quando todos dormem,
E o mundo os desconhece
voltam da lua e das estrelas.
Ele exerce toda sua sedução,
Poder e glória. O mundo os desconhece.
Ela é a mulher que cuida. E da prece.
Do estômago à roupa,
Do beijo ao coito aberto.
O que convida ao amor
À noite, com sal e vigor.
De-sa-ver-go-nha-da-men-te.
Quando o mundo os descobre
Estão amancebados,
Cruzes, credo!
Só podem fazer o mal.
- Ninguém cruze a soleira de sua porta,
Senão vão pro inferno.
Descobrem dos dois o antes:
Ele é padre de outra freguesia,
Ela é freira de outro convento.
Quebram-se os contratos,
Cada qual vai dormir do outro lado.
Anos, muitos anos, a figueira secou
O quintal caiu,
A casa foi engolida pela prefeitura.
Depois de muita luta
O casal foi reconhecido pelo Papa
E as virtudes antigas todas foram salvas.
Mas era tarde para o amor decente.
_______________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora no Piauí. E-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br
Links:
revistacirandinha.blogspot.com
franciscomigueldemoura.blogspot.com
De repente aparece o sinal
De arco-íres nos olhos,
Lágrimas fluindo como um rio
De desejos reprimidos/repressores
E ela cai
Rola pelos joelhos e, ele,
Levanta-a e leva para casa,
Vai curar-lhe as feridas:
- Ele era o santo padre,
- Ela a freirinha linda.
Mas as almas se caem de quatro
As camas esperam os corpos
Como sepulturas.
Mas ... Primeiro, o natural
No matagal vizinho cheio de intempéries
Depois... Merda para a vizinha.
Alegria escondida se extravasa
Em casa bem distante.
Medo de serem ouvidos
Nos berros matando a sede,
Amando e lambuzados
À luz das estrelas
Na noite que terminou em espinhos.
Correm de manhã, quando todos dormem,
E o mundo os desconhece
voltam da lua e das estrelas.
Ele exerce toda sua sedução,
Poder e glória. O mundo os desconhece.
Ela é a mulher que cuida. E da prece.
Do estômago à roupa,
Do beijo ao coito aberto.
O que convida ao amor
À noite, com sal e vigor.
De-sa-ver-go-nha-da-men-te.
Quando o mundo os descobre
Estão amancebados,
Cruzes, credo!
Só podem fazer o mal.
- Ninguém cruze a soleira de sua porta,
Senão vão pro inferno.
Descobrem dos dois o antes:
Ele é padre de outra freguesia,
Ela é freira de outro convento.
Quebram-se os contratos,
Cada qual vai dormir do outro lado.
Anos, muitos anos, a figueira secou
O quintal caiu,
A casa foi engolida pela prefeitura.
Depois de muita luta
O casal foi reconhecido pelo Papa
E as virtudes antigas todas foram salvas.
Mas era tarde para o amor decente.
_______________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora no Piauí. E-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br
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2 comentários:
Ah, meu Deus, ninguém leu meu poema!Por favor, quando passar por este blog, deixe seu rastro, nem que seja apenas de duas palavras; Bom dia, boa tarde, boa noite, ou até a volta.
abraços do
francisco miguel de moura
Fascinante poema.
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