Francisco Miguel de Moura*
Nos longes de mim, outro rio miro,
Riacho seco de ontem. E o admiro.
No verão, branco banco de areia,
Na noite, um só mar de lua cheia.
Banho de cuia e cacimba,
Infância, dor, faltava rima.
Este rio, hen-hen, é outrou rio
Que recebe outros e meu rio.
Este aqui rio é um caudal medonho,
Rio rico de sonhos, do meu sonho.
Banho de cuia e de cacimba,
Jumento, paixão e rima.
Meu riacho correndo para os rios
(levando cuia e cacimba).
Rios grandes correndo para o mar
(jumento rinchando rimas),
Nos deixando sozinhos, secos, fios.
Ai que saudade arretada, minha gente!
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, este poema faz parte do seu quarto livro "Bar Carnaúbba", publicado pela Universidade Federal do Piaui
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, este poema faz parte do seu quarto livro "Bar Carnaúbba", publicado pela Universidade Federal do Piaui
2 comentários:
Belo poema
quase uma canção
uma dialética heraclitiana
que arrasta o coração
para as profundezas do ser
uma lira que não despreza a rima
mas bate nos acordes
do quase sangrar
É quando sou feliz
por ser lusófono
por ser brasiliano
e ter poetas como Francisco Carvalho
Manoel de Barros
e um poeta
que recita seus versos
num pretérito subjuntivo
Belo poeta
mui lindo.
Luiz Alfredo - poeta
Lindo poema.
Feliz semana.
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