12
de outubro de 2009
Fábio Gonçalves*
Havia um agravante: o sinal de televisão não era captado na
zona rural. Era o completo alheamento da realidade sócio-política e cultural do
que acontecia além das fronteiras nativas.
A criatividade e alta produtividade na literatura, nas artes
plásticas, na música e na vida cultural de Picos viveram um apogeu nos anos de
1982-83-84, período em que o País saía tensamente do período ditatorial
(1964-1985), que cerceava as liberdades individuais e coletivas e proibia as
manifestações de ordem política e, no contraponto, influenciava a criação
intelectual, ainda submetida ao processo de censura para que se pudesse
circular as idéias e pensamentos.
Desta época, se fizeram ouvir, entender ou discutir seus
pensamentos e o modo como viam o mundo, personalidades como os escritores
Francisco Miguel de Moura, Fontes Ibiapina, Ozildo Batista de Barros, Gilson
Chagas, Francisco das Chagas Bezerra Rodrigues (Chico de Júlio), o cantor e
compositor Odorico Leal de Carvalho, os artistas plásticos Tácito Ibiapina,
Mundica Fontes e Maria Nazareth Rufino Maia, a Naza, dentre outros.
A contribuição daquela geração de picoenses foi importante
para o processo de formação da sociedade. O progresso artístico denota as
condições em que a sociedade vive e se encontra em determinada época e esta
geração apesar das inúmeras dificuldades de ordem econômica e material se
sobrepôs no seu tempo. Seus nomes serão gravados na História.
Destes escritores, a Literatura Piauiense aceitou os três
primeiros e acolheu a sua produção para estudos posteriores: Chico Miguel, hoje
aos 75 anos, Ozildo Batista, 52; e Fontes Ibiapina, falecido aos 65 anos, de
enfarte, em 10 de abril de 1986. Eles têm suas obras estudadas e discutidas em
disciplinas nos cursos de Letras e Pedagogia, nas universidades públicas e
particulares piauienses. Um tremendo avanço para o que se produzia, sem essa
intenção naquela época.
Os livros dos três picoenses estão catalogados e facilmente
encontrados no maior acervo de livros do Estado, a Biblioteca Comunitária
Carlos Castelo Branco, da Universidade Federal do Piauí [UFPI], em Teresina. São
pesquisados cotidianamente por muitos, que chegam a fazer monografias de
conclusão de curso sobre os autores.
No plano estadual, nesta época, brilhavam ainda as
estrelas-guia de A. Tito Filho, presidente da Academia Piauiense de Letras,
Herculano Moraes e Francisco Hardi Filho, com produção de livros importantes
para a formação da literatura piauiense.
O terceiro livro de Hardi, De desencanto e de amor, de
poesias, quebrou um ciclo de sete anos sem produção do professor. Foi lançado
na mesma época que Etc. e Tal, de Ozildo; A Ferro e Fogo, de Gílson, e Bar
Carnaúba, de Chico Miguel.
Neste mesmo período de três anos, o jornalismo viveu a sua
primeira fase de efervescência político-cultural com o lançamento do jornal Voz
de Picos e a retomada da circulação do Jornal de Picos, de linhas editoriais
conflitantes e que fazia o leitor ter que ler os dois periódicos para entender
as visões do noticiário.
Eram as reportagens, artigos e charges do Voz de Picos e em
menor número, de modo modesto, no Jornal de Picos, avançados para o final da
época ditatorial que o Brasil vivia e a cidade passava. Nesses periódicos se
encontram memórias burlescas da ditadura, denúncias de descaso com as
populações mais humildes, barbaridades cometidas pelos usurpadores do governo,
e que causaram um tremendo sofrimento e muita revolta. E charges que provocavam
boas risadas.
Além de panfletos apócrifos ou assinados contando as orgias,
ilegalidades e imoralidades da elite dirigente e de seus afilhados. O assunto
sexo deixou de ser tabu, como reflexo da onda sexo, drogas e rock in roll,
lançada pelo menos treze anos antes, por jovens no Festival Woodstock, em 1969.
ARTE E VIDA
Se examinarmos o período (1982-83-84) haverá uma ênfase no reaviamento das fronteiras entre a arte e a vida cotidiana, como o livro de Gilson Chagas, sobre a vida vagabunda que o personagem por ele criado leva em Teresina e as mentiras que conta aos pais, em Picos; as músicas que explicam as angústias, dificuldades e o processo de exclusão que saem da voz de Odorico Carvalho ou as críticas e sermões do padre Alfredo Scháfller, que influenciou grupos de jovens católicos. Além de grupos musicais diversos que promoviam festas e bailes concorridos e animados para a apresentação de novas músicas e talentos.
Se examinarmos o período (1982-83-84) haverá uma ênfase no reaviamento das fronteiras entre a arte e a vida cotidiana, como o livro de Gilson Chagas, sobre a vida vagabunda que o personagem por ele criado leva em Teresina e as mentiras que conta aos pais, em Picos; as músicas que explicam as angústias, dificuldades e o processo de exclusão que saem da voz de Odorico Carvalho ou as críticas e sermões do padre Alfredo Scháfller, que influenciou grupos de jovens católicos. Além de grupos musicais diversos que promoviam festas e bailes concorridos e animados para a apresentação de novas músicas e talentos.
Havia um vazio por falta de informações confiáveis das redes
de televisão nacional que atingia a comunidade urbana, que mesmo assim não eram
sintonizadas em Picos a maior parte do tempo. Na zona rural, a desinformação
era completa: o alheamento da realidade sócio-econômica e cultural do País era
gritante.
Uma opinião de Odorico Carvalho sobre aqueles tempos ilustra
bem o que se fala aqui: “Gilson Chagas longe de quedar-se aos afagos da
vitória, arrojou-se na luta muitas vezes insana de tentar vencer o mar de
mediocridade e estagnação em que se encontrava a grande maioria dos jovens de
sua geração”.
Gilson Chagas retornou à literatura nove anos após lançar o
livro de poesias Curvas de Meu Caminho, em 1973. No romance A Ferro e Fogo,
editado pela COMEPI, o funcionário do Banco do Brasil S/A dá a sua cota de
contribuição para a formação de um público leitor e de uma consciência crítica
que clama pela inclusão social como contrapartida à concentração de riqueza e
poder nas mãos de uma parcela ínfima.
Seu colega de banco, Odorico Carvalho, ressalta esse papel e
acolhe composição de Gilson Chagas em seus discos de vinil. Outra contribuição
que chegou ao universo literário partiu do escritor e também bancário Francisco
Miguel de Moura, o Chico Miguel, com o livro Bar Carnaúba. A obra é parte
sensível do que anotou sobre a vida cotidiana da Praça Pedro II, em Teresina,
para onde voltou depois de uma curta temporada no Rio de Janeiro.
Não estranhe esses intelectuais pertencerem aos quadros de
instituições financeiras. Era lá que se concentrava a parte da elite
intelectual e interessante do Brasil pensante. Era lá que pagavam os melhores
salários na época. Maria Nazareth Maia Rufino, a artista plástica consagrada
internacionalmente, também foi bancária nesse mesmo período.
Naza ilustrou a capa do disco de Odorico Carvalho (1983).
Seus trabalhos passaram a ter uma importância maior na medida em que, por
razões de matrimônio, se estabeleceu no exterior. Sua arte realista já foi
exibida em importantes galerias e museus na América do Sul, América Central,
América do Norte e na Europa. Seus quadros fazem parte da coleção de inúmeros
líderes mundiais do segmento político, de entretenimento e de celebridades como
o ex-presidente Bill Clinton, Ivana Trump, Brigitte Bardot, Fernando Henrique Cardoso
e da presidência da Varig Airlines.
De projeção internacional, esse mesmo período produziu o
artista plástico Tácito Ibiapina, com suas pinturas de paisagem que encantam.
Tinha um “discípulo” do seu modo de pintar e ver as paisagens, José Brito, o Zé
Cebola, morto precocemente em acidente automobilístico. A prima de Tácito,
Raimunda de Moura Fontes tem nas artes plásticas um modo peculiar de ver a
vida. (Veja reportagem nesta edição). Naquele período foi fundadora do Grupo
Mutirão Arte Cultura, que seria o embrião da Academia de Letras da Região de
Picos.
LIVROS:
Bar Carnaúba, publicado em 1983, é o quarto livro de Chico Miguel e o estabilizou como escritor. Tornou-o conhecido e admirado fora dos círculos piauienses. Foi ganhador do segundo lugar de concurso promovido por várias entidades e administrado pela Academia Piauiense de Letras (prêmio especial Odilo Costa, filho). Chico Miguel descreve Bar Carnaúba: “O livro é muito sentimento. É uma fase de minha poesia em que quero reatar minhas ligações profundas com a terra, o homem e o meio através das emoções”. Seu próximo livro Sonetos de Paixão só viria a ser publicado três anos depois.
Bar Carnaúba, publicado em 1983, é o quarto livro de Chico Miguel e o estabilizou como escritor. Tornou-o conhecido e admirado fora dos círculos piauienses. Foi ganhador do segundo lugar de concurso promovido por várias entidades e administrado pela Academia Piauiense de Letras (prêmio especial Odilo Costa, filho). Chico Miguel descreve Bar Carnaúba: “O livro é muito sentimento. É uma fase de minha poesia em que quero reatar minhas ligações profundas com a terra, o homem e o meio através das emoções”. Seu próximo livro Sonetos de Paixão só viria a ser publicado três anos depois.
Chico Miguel ressalta a dificuldade de se publicar livros.
Em entrevista ao jornalista Raimundo Alves Lima, o Ral, do extinto jornal O
Estado (sucedido pelo Meio Norte), explicita a contribuição da Secretaria de
Cultura do Estado ao quadro geral da cultural piauiense: “Não foi muita,
sinceramente. Ressalto os concursos literários e artísticos (os de artes
plásticas), além do incentivo à cultura popular (cordel, por exemplo) como o
que de melhor vem sustentando. Lamento que não se tenha feito ainda um
concurso de crônicas, apesar de constar em lei, de 17.11.1961”.
Além de escritor, Chico Miguel também era editor da revista
literária Cirandinha. A 10ª edição do periódico saudou a materialização do
primeiro compacto em vinil de Odorico Carvalho. “A marca do sentimento vem do
fundo da sua infância – todo homem é romântico naquela época. Ou então não
exercitou seus bons sentimentos. Mas o compacto é, sobretudo, um grito da alma,
uma coisa que ele tinha que fazer. E fez bem. Deu sorte. E deu felicidade aos
ouvintes. Quem não gosta de uma boa música? Quem não gosta de um poema?”
perguntas lançadas ao ar pela Cirandinha que tinha entre o seu público-leitor,
o consagrado escritor Carlos Drummond de Andrade.
Drummond assim classificou Cirandinha: “uma bela revista,
inovadora de propostas e experiências”. O exemplar lhes chegava às mãos via
Correios, em sua residência no Rio de Janeiro.
O jornal Voz de Picos, editado por Ozildo Batista de Barros,
dedicou generosa reportagem a Odorico Carvalho. Em trecho: “Após experiência de
10 anos como integrante-mor de importantes grupos musicais da terra, em que
atuava como voz principal, Odorico tornou-se nome consagrado no cenário
artístico picoense, com meritórias aparições em outros municípios do Piauí e
alguns estados fronteiriços. O disco vem apenas ratificar uma indomável vocação
musical, que no transcorrer de uma vida altamente fértil não se ofuscou nem foi
relegada a planos inferiores ante o brilhantismo com que o moço intelectual
comportou-se em suas múltiplas carreiras: quer na função de bancário,
comunicador de rádio ou como jornalista”.
Ozildo era editor do jornal Voz de Picos e já tinha livro
publicado – Quem manda na sua vida? (1977). Nesse período – 1982-1984 – lança
outra obra Etc. e Tal com poesias inovadoras e tem outra trincheira: a
política.
Os livros tinham um engajamento de temática social. E a
literatura tinha um papel preponderante como aponta a jornalista e pesquisadora
Márcia Denser: “Quem abre mão de suas raízes culturais está condenado á
insignificância”.
A mestra pela PUC – SP (Pontifícia Universidade Católica),
Denser, acredita que a “literatura só avança, se desenvolve e amadurece quando
as obras são lidas, relidas, criticadas e discutidas”.
Ela observa esse choque entre o atual e aquele período: “Não
pode prevalecer o presente estado de coisas, amorfo, anônimo e acrítico”. Não
se vê pelo menos na superfície movimentos culturais, artísticos e musicais como
os registrados no período de 1982-84.
No artigo Literatura aqui e agora, publicada na edição nº 7,
de Cirandinha, em maio de 1981, Ozildo Batista de Barros profetizava:
“Certamente daqui a vinte anos será ridículo um autor sair às ruas oferecendo o
seu próprio livro, porque os piauienses passarão a freqüentar as livrarias (e
estas passarão a existir) como freqüentam as padarias e os bares”.
A previsão não valeu para Picos. E para a maioria das
cidades do interior piauiense. Infelizmente. Entretanto o autor continua
produzindo obras como Socotó (2007). E é otimista e bem humorado com a atual
situação de Picos, relacionada com os seus prognósticos de 1981: “Atualmente
Picos já tem bares e padarias; teremos, sim, livrarias e bibliotecas”.
A FASE DA NOSSA VERVE CRIATIVA
...Nasce o Jornal de Picos [1982]. Fica sem circular por semanas até ser retomado em 1983, passando a ser semanário.
... Gilson Chagas, aos 32 anos, lança o romance A Ferro e Fogo, editado pela COMEPI [1982] .
... Raimunda de Moura Fontes, a Mundica Fontes, aos 36 anos, artista plástica e professora, participa da formação do Grupo Mutirão Arte Cultura [1982], que mais tarde viria a fundar a Academia de Letras da Região de Picos (ALERP).
...O poeta Raimundo Nonato da Silva, o Ranossil, aos 19 anos, lança A Solidão [1982].
...Francisco Hélio de Souza Valério, filho de militar do 3º BEC, lança aos 25 anos, o livro de poesias Escalda-Pés.
...Hélio Valério escolhe o poeta José Osvaldo Lavor de Lima para fazer a capa do livro [1982].
... Nasce o Voz de Picos, periódico influenciado pelo Pasquim, do Rio de Janeiro, de combate ao regime militar e às mazelas sociais, com denúncias e humor [1983] .
... O Voz de Picos é uma resposta do jovem escritor Ozildo Batista de Barros, aos 26 anos, ao Jornal de Picos, que criou e teve o projeto descontinuado. Ozildo já havia publicado dois livros Quem Manda na Sua Vida? [1977] e Etc. & Tal [1981] .
... Francisco Miguel de Moura, aos 50 anos, se estabiliza como escritor, depois de temporada de um ano, residindo no Rio de Janeiro. Volta e se estabelece em Teresina e trabalhando no Banco do Brasil S/A, de onde colabora com o Voz de Picos, e publica o livro Bar Carnaúba [1983].
... O livro de Chico Miguel obtém o segundo lugar em concurso e ganha o prêmio especial Odilo Costa Filho, promovido pela Academia Piauiense de Letras [APL].
... O cantor e compositor Odorico Carvalho lança o primeiro compacto simples, com duas músicas Voz do Coração e Mudanças, gravadas no Estúdio Mosch, pertencente a integrantes do Grupo Pholhas, de São Paulo, com tiragem de 1.000 unidades.
...Dois integrantes do Pholhas, Helio Santisteban (tecladista) e Oswaldo Malagutti (direção de estúdio) participam das gravações do disco de estréia de Odorico.
...A capa do disco foi desenhada pela artista plástica nascida em Santa Cruz do Piauí, com passagens para estudar e trabalhar por Fortaleza [CE], Brasília [DF], Recife [PE] e residente em Picos, Maria Nazareth Maia Rufino, a Naza, então com 28 anos, concursada do Banco do Brasil [1983].
...O padre austríaco Alfredo Schaffler, 42 anos, radicado em Picos, rompe as barreiras provincianas e lança pelas Edições Paulinas, o livro Sementes do Amor, incluído na coleção Coração a Coração, relatando em crônicas as reflexões do religioso à frente da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, dando ênfase ao homem do campo, a juventude e aos casais [1983].
.... Fora do ambiente de Picos, onde nasceu na zona rural, prospera a produção literária de Fontes Ibiapina, radicado em Parnaíba [PI], onde serve como juiz de Direito, escritor e professor. Fontes, aos 61 anos, lança o seu 12º livro, O Casório da Pafunsa [1982].
... Ele é irmão do poeta popular Antônio de Moura Ibiapina (Pebinha), primo do poeta e teatrólogo Leão Sombra do Norte Fontes e tio dos artistas plásticos Tácito Ibipiana e Mundica Fontes.
... Inspirado em Tácito Ibiapina, artista com telas expostas no Brasil e no exterior, aparecem os primeiros quadros de José Leal Brito, o Zé Cebola [1983].
... No Piauí, destaque para o lançamento do quarto livro do poeta Hardi Filho, também colaborador do Voz de Picos.
... O radialista Erivan Lima coloca no mercado o livro Por que não ver longe? depois de cinco anos de maturação. A capa e a ilustração ficaram por conta de Gracivalda.
A FASE DA NOSSA VERVE CRIATIVA
...Nasce o Jornal de Picos [1982]. Fica sem circular por semanas até ser retomado em 1983, passando a ser semanário.
... Gilson Chagas, aos 32 anos, lança o romance A Ferro e Fogo, editado pela COMEPI [1982] .
... Raimunda de Moura Fontes, a Mundica Fontes, aos 36 anos, artista plástica e professora, participa da formação do Grupo Mutirão Arte Cultura [1982], que mais tarde viria a fundar a Academia de Letras da Região de Picos (ALERP).
...O poeta Raimundo Nonato da Silva, o Ranossil, aos 19 anos, lança A Solidão [1982].
...Francisco Hélio de Souza Valério, filho de militar do 3º BEC, lança aos 25 anos, o livro de poesias Escalda-Pés.
...Hélio Valério escolhe o poeta José Osvaldo Lavor de Lima para fazer a capa do livro [1982].
... Nasce o Voz de Picos, periódico influenciado pelo Pasquim, do Rio de Janeiro, de combate ao regime militar e às mazelas sociais, com denúncias e humor [1983] .
... O Voz de Picos é uma resposta do jovem escritor Ozildo Batista de Barros, aos 26 anos, ao Jornal de Picos, que criou e teve o projeto descontinuado. Ozildo já havia publicado dois livros Quem Manda na Sua Vida? [1977] e Etc. & Tal [1981] .
... Francisco Miguel de Moura, aos 50 anos, se estabiliza como escritor, depois de temporada de um ano, residindo no Rio de Janeiro. Volta e se estabelece em Teresina e trabalhando no Banco do Brasil S/A, de onde colabora com o Voz de Picos, e publica o livro Bar Carnaúba [1983].
... O livro de Chico Miguel obtém o segundo lugar em concurso e ganha o prêmio especial Odilo Costa Filho, promovido pela Academia Piauiense de Letras [APL].
... O cantor e compositor Odorico Carvalho lança o primeiro compacto simples, com duas músicas Voz do Coração e Mudanças, gravadas no Estúdio Mosch, pertencente a integrantes do Grupo Pholhas, de São Paulo, com tiragem de 1.000 unidades.
...Dois integrantes do Pholhas, Helio Santisteban (tecladista) e Oswaldo Malagutti (direção de estúdio) participam das gravações do disco de estréia de Odorico.
...A capa do disco foi desenhada pela artista plástica nascida em Santa Cruz do Piauí, com passagens para estudar e trabalhar por Fortaleza [CE], Brasília [DF], Recife [PE] e residente em Picos, Maria Nazareth Maia Rufino, a Naza, então com 28 anos, concursada do Banco do Brasil [1983].
...O padre austríaco Alfredo Schaffler, 42 anos, radicado em Picos, rompe as barreiras provincianas e lança pelas Edições Paulinas, o livro Sementes do Amor, incluído na coleção Coração a Coração, relatando em crônicas as reflexões do religioso à frente da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, dando ênfase ao homem do campo, a juventude e aos casais [1983].
.... Fora do ambiente de Picos, onde nasceu na zona rural, prospera a produção literária de Fontes Ibiapina, radicado em Parnaíba [PI], onde serve como juiz de Direito, escritor e professor. Fontes, aos 61 anos, lança o seu 12º livro, O Casório da Pafunsa [1982].
... Ele é irmão do poeta popular Antônio de Moura Ibiapina (Pebinha), primo do poeta e teatrólogo Leão Sombra do Norte Fontes e tio dos artistas plásticos Tácito Ibipiana e Mundica Fontes.
... Inspirado em Tácito Ibiapina, artista com telas expostas no Brasil e no exterior, aparecem os primeiros quadros de José Leal Brito, o Zé Cebola [1983].
... No Piauí, destaque para o lançamento do quarto livro do poeta Hardi Filho, também colaborador do Voz de Picos.
... O radialista Erivan Lima coloca no mercado o livro Por que não ver longe? depois de cinco anos de maturação. A capa e a ilustração ficaram por conta de Gracivalda.
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*Fábio Gonçalves, jornalista, editor da "Revista Mais Foco" e também do site do mesmo nome. Nasceu em Picos, atualmente mora em São Paulo.
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