sábado, 25 de agosto de 2012

UM SONHO QUE NÃO SONHEI

As noites todas são minhas noites
Acordo sozinho como nasci
Feito um narciso da escuridão.
Tento um retrato ver no espelho
E tudo é preto, lado sim ou não.

Olho e me deito, olhos fechados.
E desta forma, que olhar alcança
Escuros ou cores? Resmungo e dor?
Nenhuma voz me esclarece nada,
Cego e surdo, como eu me respondo?
Estou num muro? Ou um muro sou?

Antigos dias já me acordaram
Sem nuvem, neblina... Só raios de sol,
Cheiro de café quente da manhã,
Gosto de mulher que a gente beijava
E desejava muito, era mais da conta,
Cheiro que vinha, mas ela não vinha.
Pelos caminhos da praia... Ou ondas!

Tudo se foi... O que vejo, agora?
O céu nublado, escuro ao redor,
Se isto me faz a vida, a linguagem:
Carne, osso, sangue preso e cativo
Das recolhidas paixões e amores...

Serei quem sou? Um morto e lascivo?
                                                                             
                                ****************                                       

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina-PI-Brasil.

Um comentário:

Unknown disse...

Amigo Chico,

Você é craque. É um Pelé. Belo poema. Todos são belos. Mesmo mergulhando ou nadando nas suas superfícies, são belos. Gostosos.

Parabéns, grande poeta. Feliz Natal e um Ano Novo de muita saúde e Paz a você e a toda a sua bonita família.
Antônio Carlos.

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