domingo, 9 de fevereiro de 2014

De Jânio Quadros a Dilma Roussef

Francisco Miguel de Moura


Todo governante tem sua característica próprio, pois que faz parte da natureza de cada pessoa imprimir seu caráter, ou parte dele, em tudo o que realiza, especialmente os que exercem algum mando.
Passando para os fatos históricos da República do Brasil, especialmente como se deram as transferências de cargos (por eleição, interinidade e ditaduras), jamais se pode esquecer o período getulino. Com ou sem ditadura, referimos apenas os benefícios especiais trazidos por Getúlio Vargas: as leis trabalhistas e a formação de sindicatos e associais. Sua morte até hoje contestada se por suicídio ou não, causou grande impacto no Brasil, de modo geral. Lembro o dia 24 de agosto, de 1954. Eu era um simples auxiliar de Cartório do Registro Civil na cidade de Picos, e senti que quase tudo parou: colégios, repartições e comércio. A revista “O Cruzeiro”, do Rio, com detalhes e fotos, publicou toda a reportagem, trazendo também a famosa carta que ele deixou como fazem os suicidas. A publicação chegava toda semana a muitas cidades do interior do Brasil, inclusive a nossa, e os letrados faziam dela o seu jornal. Nas conversas, diziam: “deu na Cruzeiro.” E pronto. A verdade estava dita.

Como nossa história é cheia de altos e baixos, saltemos agora alguns anos, chegando à Ditadura Militar (1964), durante a qual houve um presidente terrivelmente sanguinário como o Garrastazu Médicci e outro duro, porém um fraco administrador, João Batista Figueiredo (“gosto mais de cavalos do que de gente”), que teve a capacidade e honra de preparar a queda do regime militar que eles mesmos implantaram em 1964. São os dois pontos de destaque. Os militares entregaram o poder porque foram esgotados em seus motivos. A oposição política cresceu e, com ela, a luta dos jovens, alistados em suas organizações, prontos para matar ou morrer, enquanto não ganhassem o Brasil para a democracia. 

Não é possível contar toda a história política do Brasil, num artigo. Então, vamos a outros períodos recentes, diríamos que quase atuais: Tivemos Jânio Quadros, eleito como um democrata, contra a candidatura de Marechal Lott, para que o país saísse da dependência político do PTB/PSD e passasse para a da oposição PTB/UDN, resultando assim na chapa Jânio Quadros para Presidente e João Goulart para Vice. No período entre Getúlio e Jânio houve uma das grandes conturbações políticas, tanto que era comum logo cedinho se perguntava:

- Quem é o Presidente hoje?

Getúlio morto, entra Café Filho, Vice de Getúlio, em 24-8-1954 até 8-11-1955, deixando a presidência por motivo de doença; assume Carlos Luz interinamente em 8-11-1955 e sai em 11-11-1955; assume Nereu Ramos de 11-11-1955 a 31-1-1956. 

A partir dalí, assumindo Juscelino Kubstchek o seu mandato de 4 anos, teve o Brasil um presidente, liberal, tranqüilo – não que não acontecessem revoltas como a militar de Aragarças. O presidente terminou perdoando e libertando a todos. Tranqüilo, repito, e cheio de realizações. Cabe citar as principais: a construção de Brasília e a de muitas estradas que rasgaram o Brasil de note a sul – obras de gigante. Foi o melhor Presidente do Brasil até agora. 

Depois de sofridas as muitas turbulências políticas acontecidas antes e depois da Jânio Quadros e um pouco da Revolução Militar de 1964, que é um capítulo negro à parte, veio a redemocratização, morte de Tancredo Neves, eleição e assunção de Color de Melo em 15-3-1990 e sua conseqüente queda por “impitchmen” em 22-12-1992.

Não pretendemos falar sobre os mais recentes presidentes, salvo sobre a subida do PT (Partido dos Trabalhadores) ao poder maior, com Lula. Logo no início, sutil, houve movimentação pelos oposicionistas para desarmar o plano dele: não largar mais o poder. E o que fez? Fez-se de santo, inocente: “Não vi nada, não sei de nada”. Asqueroso “Mensalão!” E está aí, rolando ainda, não obstante os esforços da Justiça. Conseguiu tornar-se o Presidente mais poderoso da América Latina, a economia ia bem, pois o Fernando Henrique deixou tudo em ordem. Foi assim que o Lula, com suas “bolsas” e nossos bolsos elegeu Dilma Roussef. E ela, além dos mil e um desmandos cometidos (inflação, desindustrialização, divida pública e internacional) constrói porto em Cuba e na Venezuela, estradas na Bolívia para facilitar a entrada da droga em maior escala no nosso infeliz Brasil, com recursos do BNDS. As leis editadas são as mais favoráveis aos bandidos – nós os cidadãos, ficamos com todo o ônus. Ela merece o quê? “Impitchmen” muito mais do que o Color. Lembremos que Jânio Quadro foi pressionado a renunciar só porque condecorou o Che Guevara.
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*Francisco Miguel de Moura, Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras e de outras associações e entidades nacionais e internacionais, inclusive a IWA (International Writers and Artists Association, Toledo, Ohio, Estados Unidos).

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