Tens segredos tantos,
Difícil sabê-los,
Como os grãos de areia,
Ou os fios de cabelos.
Quanto mais te ris,
(Que lindos teus dentes!)
Não sei da verdade.
Será que tu mentes?
O sim é um minuto,
Enquanto me vês,
Enquanto sou chão...
E te olho outra vez.
Tão longe de mim,
Os raios se espalham
Por mais que os busque,
Me cegam, me falham.
Tenho-te nos braços,
E beijo teus beijos,
Vejo por teus olhos
Meus loucos desejos.
Ao sol ou à chuva,
Teu corpo conheço.
Da cabeça aos pés,
E o seio travesso.
Dos lisos cabelos
Sinto a seda, a cor
Pelo dia inteiro,
Já de noite... Oh dor!
Entre riso e lágrima,
Dormes: corpo inteiro,
As feições em calma,
Será verdadeiro?
Sei teu corpo louco,
Sinto mui prazer,
E me sinto pouco
Da alma não saber.
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Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, Teresina, Piauí, Brasil - Capital: Brasília
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