domingo, 13 de abril de 2014

O MOSQUITO

Francisco Miguel de Moura*
  
Um mosquito desvairado
Entrou-me pelo nariz,
Quando eu chegava cansado
Da caminhada que fiz.

Assuei tanto no lenço
Pra não fazer o que quis.
Mais e mais queria, penso,
Descer com tudo, o infeliz.

Jailto, o nosso porteiro,
No prédio, ajudar-me quis:
Pegou o bicho, e ligeiro,
Não quis saber de juiz...

Pisou com o pé direito,
Matou no chão o petiz,
Derrubando do seu jeito,
Pisou e ainda fez bis.

Insetinho trapaceiro,
Foi meu ladrão vis-a-vis,
Se vinha muito ligeiro,
Ganhou? Perdeu por um tris.

Não fará mais desaforo,
Entrar sem pedir licença,
Sem saber aonde moro,
Bem se vê que ele não pensa!

Jailto encerra: - Eu adoro,
Cortar tão má desavença:
Quem quer entrar, se demoro,
Dê dois toques, pois compensa.

_________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta nato, que nunca morreu nem tem inveja dos que morrem de mosquito ou de doença.


2 comentários:

verinha disse...

Querido e muito estimado Chico Miguel!!!
Estou aqui para um abraço e dizer que amei o texto...danadinho de mosquito. Recebas meus cumprimentos e meu respeito.
te amo Poeta....

Veraportella

Anônimo disse...

pretty nice blog, following :)

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