sexta-feira, 23 de maio de 2014

O CHEIRO E O CHORO

Francisco Miguel de Moura*


O cheiro e o choro das
coisas empoleiradas,
empacadas na prateleira,
turvam os olhos dos homens,
invalidam o dizer,
o bem querer...

Perpassamos por elas, 
no balanço dos ossos
como ofício.
As beldades,
oh!  tremem as carnes,
vestidas e nuas,
no parecer – calças.

Não há mais perfume,
nem riso nem choro,
a verdade é tão louca!
O que une e reclamam.
é sede, o vazio, não passa.

E o mofo não resvala
do choro dos secos
& molhados.
Não umedece um homem.
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*Francisco Miguel de Moura é um poeta brasileiro, nascido no Piauí,  em busca de um editor de vergonha, de preferência que more no Sul. Seus poemas e sonetos, nem são novos nem velhos. Como disse o velho Carlos Drummond de Andrade, também pode dizer Francisco Miguel de Moura: "Cansado de ser moderno / agora sou eterno".

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