terça-feira, 28 de abril de 2020

CARTAS DE AMOR SEM PESSOA


                                               Francisco Miguel de Moura*



Ridículo fazer poema a qualquer nada,
como nadar em seco, em fundo saco!

Cartas de amor, quantas eu fiz, eu fiz,
num tempo de paixões de amor, sem paz!
Tanto que enxuguei mais de mil lágrimas:
- Lixo do que se erguia de minha alma.

Quando abri meus olhos... Era o inferno
que me fechava os olhos para o claro.
E hoje me divirto,  ainda que pouco,
com o nada de mim, dos meus guardados.

Minhas dúvidas, se lembro, não são nada,
para o verde demais, sem flor nem fruto,
de um florido jardim sem sol, sem sal,
feito de versos e de versões esdruxulas.

Por meus enganos, não senti saudade,
saudades que revivem trovas, trapos
de palavras voando em signos incolores.

Hoje, cartas de amor, só faço à poesia,
à beleza dos sonhos meus, sua anarquia...

Depois de tudo, tudo, eu quis a eternidade,
quebrei meu rádio...ouvindo o meu silêncio,
no além Pessoa pra não ser amargo.
_____________________
Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiros do Piauí, ainda desconhecido pelos professores universitários, exceto pelas amadas professoras Rosidelma Fraga e Cristiane Pinheiro Feitosa, a quem agradeço de coração e ofereço este poema e outros que ainda vierem.  

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