Francisco Miguel de Moura*
Um pedaço de nuvem pelos olhos
Do céu me entra
Desligado de outra, mãe, maior.
Que faz a nuvem, assim, dissimulando
Dançar entre o céu e a terra?
Quer cair em gota de água e luz
Ou juntar-se à bojuda, e negra, e imensa,
Que vai tão devagar, devagar,
Até de tropeção cair em escarcéu?
Nem ela, vento e fumo e ferro,
Óxido inválido,
Subsiste – o fim, cada vez perto.
A história arrebenta o egoísmo
E planta no seu seio o eterno,
Ou o que no céu haverá de verdade
Ou menos que isto.
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Francisco Miguel de Moura, poeta do amor e da verdade, em um mundo de ódios e mentiras.
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