quinta-feira, 3 de outubro de 2019

NIRVANA, de Francisco Miguel de Moura

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Francisco Miguel de Moura*

Penso na noite sem lua nem sois:
- Tristeza em vão!

Penso na glória sem fama,
na história sem paixão.

Penso em mim, sem fim, sem meio
na multidão dos grandes mortos;
sem um nome, nem mesmo o sobre
nome, que sem dúvida sobrará.

Pego as dores perdidas no ar,
                    sem ar,
sem alívio ou sequer compaixão
de compreender o ser eterno.

Já estou quase sem pão, sem dono...
A cruel felicidade será o inferno?

Não penso no nihilismo do nirvana
meu - que seja o fim da alma humana.

Não sei se consigo! Morreu meu anjo torto,
o que me detestou, o que inda me engana.
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*francisco miguel de moura, poeta e prosador brasileiro, mora em teresina, pi, a capital do estado, também denominada de "Cidade Verde", pelo escritor maranhense coelho neto.

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