NA VOZ DAS ONDAS
Francisco Miguel de Moura
Sem sol e tão sozinho
solidifico a solidão,
petrifico-me no gelo
e em pedras lavo os pés,
que me ferem a mente
e me deixam sem paixão.
E não há mais lágrima,
meus amores se calam...
Não há chuva ou vento:
Sou uma sala vazia,
sem um pingo de luz.
Sem forças, me arquivo,
em tamanha quietude,
qual se morto-vivo.
Sou silêncio e provo
como um estranho ser
para além do infinito.
Quero ir para os mares
ou voar pelos os ares,
(se inda posso querer),
com sereias e arcanjos,
na lenta voz das ondas.
Oh sol, vem me derrete,
que eu não sei morrer!
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