PPP- PRODUTO PRÉ E PÓS PANDEMIA
Que
nome extranho, para o título de um livro? Estranha também é a poesia do poeta
José Solon de Sousa, mas, até certo ponto, útil é sábia. Pois, segundo o grande
poeta Fernando Pessoa, “tudo vale a pena,
se alma não é pequena.” E alma de José Solon de Sousa é grande e bela. Dizendo assim, acredito que estas minhas
palavras que servem de prefácio talvez não signifiquem muita coisa. Mesmo
porque prefácio e poesia, no frigir dos ovos, ambos são ficção: Poesia é
necessária, mas prefácio nem sempre, eis a diferença.
Assim,
aqui vão algumas palavras que escrevi depois da leitura do livro
supramencionado, de autoria de José Solon de Sousa, médico competente da região
de Picos-PI, visto que ele nasceu, criou-se e viveu muito tempo em Jaicós-PI.
Mas não só médico. Ele transita pela música popular com desenvoltura. Já publicou
diversos livros em prosa e poesia, dois dos quais eu fui prefaciador. Sinto que
não tenho mais muito a dizer sobre o seu novo livro nascido como seu próprio
nome explica na época da Pandemia da Covid-19 e continuado depois dela, por ter
saído ileso, o que foi uma graça para nós, que somos seu amigo e admirador
desde já muito tempo.
Entrando,
agora, para o assunto, digo ainda que os poemas aqui, creio que a maioria,
foram escritos no celular como mensagens. Muitos destes poemas tratam do tempo
e sua recorrência como presente passado e futuro. Tendo lido alguns deles, ofereci
opiniões sobre os que mais caíram no meu gosto. Assim, depois disto, lido só
posso dizer que Solon faz poesia de tudo, do tempo das horas passadas, do forte
e do frágil, do ontem, do futuro e do hoje, traçados popularmente para o
entendimento rápido e filosofando sobre a vida e a morte, os amigos, as amizades,
a companhia, a família e os amores passados, atuais e os projetados para
futuro.
Fazendo
isto, circulou pelo Rio de Janeiro e Recife, ao que sei, por isto teve e tem
muito o que sentir. Não se sente esgotado. A poesia flui a cada momento. E ele
logo joga pra o que sente e o que pensa. E isto é bom pra ele e para os
leitores que gostam da sua desinibição, algumas vezes levando ao texto o que
aprendeu em sua profissão de médico.
Para
Solon, viver é poetar, soltar o verbo e espalhar entre os amigos aquilo que
apreendeu e gosta de dizer entre os leitores, especialmente os poetas. O tempo,
a vida, a música, numa linguagem às vezes estranha provinda da sua profissão de
médico.
Poemas
curtos ou longos têm a mesma valia, são quando a inspiração lhe chega e feitos
para aliviar suas tensões, por isto nem sempre refeitos. Mostra nisto sua
originalidade. Há quem goste, como em tudo, e há quem não goste. Poesia é assim
mesmo, um vasto campo em que o poeta se ilude que é dono da palavra.
Passando
apenas como exemplo do que escrevi acima, aqui vão alguns trechos de seus
poemas mais palatáveis, alguns muito sucintos, para mim e acredito que para
muitos leitores:
“Poema
pronto”: Este
aprendiz de poeta / Aprende consigo e com vocês / Por isto meus poemas / São na
melhor forma, inacabados / Por isto não os deixo descansar.” E
o poema “Meio a meio”: Toda mulher/ é metade Deus / Metade Diabo. /
Na dúvida / Olhe pro rabo.” E muito
sério, agora este: “Bisturi”: Meu bisturi / De tanto operar /Passou a dissecar, letras, versos e poemas / Oh! Que legal! Ele não caduca... Aperfeiçoa-se.”
Outro
poema que achei interessante, que tem o título do primeiro verso, foi este: “Maré
doce, vida salgada”: Sozinho de
frente pro mar / Ouço a melhor música./ Mergulho melhor não há! / A maré nos meus pés
/ Subindo e dizendo: Nada vai terminar.../ Não espere o céu descer / Suba até
os céus. Ame-se, em primeiro lugar.”
Como
disse acima, o poeta Solon aprendeu a filosofar sobre “O tempo”, nestas duas pequenas linhas em verso. Olhem o que ele
encontrou de fantástico: “O tempo não
existe / o hoje é uma eternidade!
Dito
isto, devo encerrar este prefácio, que já está muito longo para os leitores do
poeta José Solon de Sousa, jaicoense e picoense como eu. Pois, seus leitores, querem mesmo é poesia.
Poesia, que é conversa e vida, trabalho e proveito, amizade e, sobretudo, amor
e paz.
Teresina,
PI, 25 de outubro de 2024.
Francisco Miguel de Moura.
(Poeta brasileiro, nasceu no Piauí)