sexta-feira, 25 de outubro de 2024

 


                PPP- PRODUTO PRÉ E PÓS PANDEMIA

                                                                        

            Que nome extranho, para o título de um livro? Estranha também é a poesia do poeta José Solon de Sousa, mas, até certo ponto, útil é sábia. Pois, segundo o grande poeta Fernando Pessoa, “tudo vale a pena, se alma não é pequena.” E alma de José Solon de Sousa é grande e bela. Dizendo assim, acredito que estas minhas palavras que servem de prefácio talvez não signifiquem muita coisa. Mesmo porque prefácio e poesia, no frigir dos ovos, ambos são ficção: Poesia é necessária, mas prefácio nem sempre, eis a diferença.

Assim, aqui vão algumas palavras que escrevi depois da leitura do livro supramencionado, de autoria de José Solon de Sousa, médico competente da região de Picos-PI, visto que ele nasceu, criou-se e viveu muito tempo em Jaicós-PI. Mas não só médico. Ele transita pela música popular com desenvoltura. Já publicou diversos livros em prosa e poesia, dois dos quais eu fui prefaciador. Sinto que não tenho mais muito a dizer sobre o seu novo livro nascido como seu próprio nome explica na época da Pandemia da Covid-19 e continuado depois dela, por ter saído ileso, o que foi uma graça para nós, que somos seu amigo e admirador desde já muito tempo.

Entrando, agora, para o assunto, digo ainda que os poemas aqui, creio que a maioria, foram escritos no celular como mensagens. Muitos destes poemas tratam do tempo e sua recorrência como presente passado e futuro. Tendo lido alguns deles, ofereci opiniões sobre os que mais caíram no meu gosto. Assim, depois disto, lido só posso dizer que Solon faz poesia de tudo, do tempo das horas passadas, do forte e do frágil, do ontem, do futuro e do hoje, traçados popularmente para o entendimento rápido e filosofando sobre a vida e a morte, os amigos, as amizades, a companhia, a família e os amores passados, atuais e os projetados para futuro.

Fazendo isto, circulou pelo Rio de Janeiro e Recife, ao que sei, por isto teve e tem muito o que sentir. Não se sente esgotado. A poesia flui a cada momento. E ele logo joga pra o que sente e o que pensa. E isto é bom pra ele e para os leitores que gostam da sua desinibição, algumas vezes levando ao texto o que aprendeu em sua profissão de médico.

Para Solon, viver é poetar, soltar o verbo e espalhar entre os amigos aquilo que apreendeu e gosta de dizer entre os leitores, especialmente os poetas. O tempo, a vida, a música, numa linguagem às vezes estranha provinda da sua profissão de médico.

Poemas curtos ou longos têm a mesma valia, são quando a inspiração lhe chega e feitos para aliviar suas tensões, por isto nem sempre refeitos. Mostra nisto sua originalidade. Há quem goste, como em tudo, e há quem não goste. Poesia é assim mesmo, um vasto campo em que o poeta se ilude que é dono da palavra.

Passando apenas como exemplo do que escrevi acima, aqui vão alguns trechos de seus poemas mais palatáveis, alguns muito sucintos, para mim e acredito que para muitos leitores:

“Poema pronto”: Este aprendiz de poeta / Aprende consigo e com vocês / Por isto meus poemas / São na melhor forma, inacabados / Por isto não os deixo descansar.” E o poema “Meio a meio”:  Toda mulher/ é metade Deus / Metade Diabo. / Na dúvida / Olhe pro rabo.”  E muito sério, agora este: “Bisturi”: Meu bisturi / De tanto operar /Passou a dissecar, letras, versos e poemas / Oh! Que legal! Ele não caduca... Aperfeiçoa-se.”

Outro poema que achei interessante, que tem o título do primeiro verso, foi este: “Maré doce, vida salgada”: Sozinho de frente pro mar / Ouço a melhor música./  Mergulho melhor não há! / A maré nos meus pés / Subindo e dizendo: Nada vai terminar.../ Não espere o céu descer / Suba até os céus. Ame-se, em primeiro lugar.”

Como disse acima, o poeta Solon aprendeu a filosofar sobre “O tempo”, nestas duas pequenas linhas em verso. Olhem o que ele encontrou de fantástico: “O tempo não existe / o hoje é uma eternidade!

Dito isto, devo encerrar este prefácio, que já está muito longo para os leitores do poeta José Solon de Sousa, jaicoense e picoense como eu.  Pois, seus leitores, querem mesmo é poesia. Poesia, que é conversa e vida, trabalho e proveito, amizade e, sobretudo, amor e paz.

       Teresina, PI, 25 de outubro de 2024.

         Francisco Miguel de Moura.

          (Poeta brasileiro, nasceu no Piauí)


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