sábado, 16 de janeiro de 2010



GEMINIANO






Francisco Miguel de Moura*



Logo ao nascer, alguém me fez um susto:
Que eu fosse ver o céu, contar estrelas,
Pra saber se eram verdes, amarelas...
Minha mãe se espantou, como era justo.

E, levando-me aos braços, fez carinhos...
Recebi-os, por ter nascido um homem,
Sem beicinho, e falava: “Não me domem,
Não precisam mostrar os seus caminhos".

Teimei... Chorava e ria, não alheio
Ao que disse a parteira: "Não é feio
nem bonito... Mas tem olhos azuis".

Um dito justo aos
seres geminianos
Na condição dos dúbios mais humanos,
Pois sabem a poeta... E fazem jus.

______________
*Francisco Miguel de Moura nasceu em Francisco Santos, Piauí (Jenipapeiro, naquele tempo, e povoado do município de Picos), aos 16 de junho de 1933. Portanto, do signo de gêmeos. Poeta desde os 12 a l4 anos, quando leu Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e outros românticos, na casa de seu avô paterno, Feliciano Borges de Moura (Sinhô do Diogo).

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