quinta-feira, 24 de março de 2011

CONSIDERANDO NUVENS

      E OUTROS CONSIDERANDOS      





Francisco Miguel de Moura*



 

Um pedaço de nuvem pelos olhos
Do céu me entra
Desligado de outra, mãe, maior.


Que faz a nuvem, assim, dissimulando
Dançar entre o céu e a terra?


Quer cair em gota de água e luz
Ou juntar-se à bojuda, e negra, e imensa,
Que vai tão devagar, devagar,
Até de tropeção cair em escarcéu?


Nem ela, vento e fumo e ferro,
Óxido inválido,
Subsiste – o fim, cada vez perto.


A história arrebenta o egoísmo
E planta no seu seio o eterno,
Ou o que no céu haverá de verdade
Ou menos que isto.

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Francisco Miguel de Moura, poeta do amor e da verdade, em um mundo de ódios e mentiras.

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