de
FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
TERNURA MIÚDA
1
Nas pequeninas coisas me contenho
se ternamente nasçam da vontade,
do amor e do carinho, da bondade
daquilo que mais prezo e pouco tenho.
Venham sutis carícias pelo vento,
beijos da natureza em minha pele
fazendo estremecer o que me impele
a bem voar no espaço em movimento.
Só os menores frascos têm perfume
que toda a filosofia não resume,
pois não alcança o invisível feito.
Nas imagens sutis eu me retiro,
nelas canto e me encanto e até suspiro...
Meu coração se aperta no meu peito.
1
Nas pequeninas coisas me contenho
se ternamente nasçam da vontade,
do amor e do carinho, da bondade
daquilo que mais prezo e pouco tenho.
Venham sutis carícias pelo vento,
beijos da natureza em minha pele
fazendo estremecer o que me impele
a bem voar no espaço em movimento.
Só os menores frascos têm perfume
que toda a filosofia não resume,
pois não alcança o invisível feito.
Nas imagens sutis eu me retiro,
nelas canto e me encanto e até suspiro...
Meu coração se aperta no meu peito.
2
DA VIDA E DA MORTE
Há quem busque esta vida noutra vida,
e são felizes recriação da morte.
E quem encontre a vida na antemorte,
e são felizes plenamente em vida.
Por que preocupar-se com a tal morte,
se ela vem no seu tempo como a vida,
ou depois. E se o ser está sem vida,
logo o engana e faz dele vida e morte?
Há quem, afadigado pela vida,
transforme a vida-vida em vida-morte
e passe uma existência sem ter vida.
E há quem viva a dissecar a morte
pra saber se depois da vida há vida,
ou se depois da morte tudo é morte.
3
MINHA PÁTRIA ESPERANÇA
(Homenagem a Lêdo Ivo)
Sou órfão,
não tenho pátria aqui nem no distante,
perdi-a ao nascer.
O ventre de minha mãe
foi minha pátria.
O ventre de meu amor
foi minha pátria.
O ventre de minha esperança
espera por mim.
Não tenho pátria
e não tenho língua.
A morte não fala,
a morte não tem língua,
a vida é só esperança de não morrer.
Na morte perde-se a esperança
de língua, de pátria, de amor.
4
PAISAGEM POR DENTRO
Abro os braços, paro
para a paisagem
descortinada janela a fora
aos meus olhos arregalados.
E o coração? Este coração-flagelo?
Mas a vida vem bela, é bebida aos poucos:
- O verde enverdece o sol,
o amarelo traz fruta-esperança,
a saudade em chuva e orvalho
cai (dos tempos de criança).
Bate-me por dentro, nas laterais:
- As narinas sentem
os ouvidos ouvem
o vento
e seus mistérios e eflúvios
arrepiando a pele como tentáculos.
A alma que voava
pousou num corpo cansado
à beira do sonho
5
A ÚLTIMA VIAGEM
Quando eu me for embora
não voltarei à terra.
Não deixarei saudades.
Os amores todos morrem
quando a gente se enterra.
Não vou errar o caminho
que dá no grande infinito.
Se alguém quiser seguir-me
basta um sussurro
em vez de grito.
Talvez o último, talvez,
pois lá o silêncio é voz
e a natureza é o nada.
E Deus estará em nós
a derradeira vez.
A ÚLTIMA VIAGEM
Quando eu me for embora
não voltarei à terra.
Não deixarei saudades.
Os amores todos morrem
quando a gente se enterra.
Não vou errar o caminho
que dá no grande infinito.
Se alguém quiser seguir-me
basta um sussurro
em vez de grito.
Talvez o último, talvez,
pois lá o silêncio é voz
e a natureza é o nada.
E Deus estará em nós
a derradeira vez.
________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, mora em
Teresina, PI, Brasil
4 comentários:
A morte e o descanso da vida até a próxima etapa do conhecimento.
Teus poemas me fazem pensar, pois vida não lhes falta.
Um grande bj querido amigo poeta
Ter uma comunicação sua já uma graça para a vida, é prolongar com muito alta estima. Muita poesia. Bejos Chico
Meu querido Chico, passo por aqui hoje para te desejar uma Feliz Páscoa junto com os teus!
Muitos bjs de quem te admira muito.
Gisa
Oh, querida amiga Muito grato. A semana santa verdadeiramente estamos acabando pousados em nosso apartamento: eu, esposa,filha e neta. No mais, tudo em paz. Acredito que você e família tenham tido uns feriados de recolhidmento ou de praia, da forma como preparam.
Agradeço a lembrança - você está no meu coração.
Abraço bem forte.
chico
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