SENSITIVA
Francisco Miguel de Moura*
Nasci para sentir o mundo... E
vivo
pelo meu, como as cores que resguardo.
Ai, flor sem nome, que à
memória foge!
Tudo o que sinto é pele, estranho
agrado.
Quanto mais me retraio mais
me ativo,
quanto mais me esconder ou
for me embora,
mais eu me amo por tudo o que
em mim gosta
de sentir perto-e-longe e ser
mais livre.
Sou como a sensitiva na
floresta,
não fujo às agressões, me
fecho e durmo,
os pirilampos que me façam festa.
Não é que eu sofra o sofrimento
em calma,
é que conheço irônicas ternuras
das quais a vida nos consola
ou salva.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta brasileiro, nasceu no Piauí.
2 comentários:
Parabéns pelo belo poema. Gostei muito. Sucesso mestre Francisco Miguel
Que beleza de apreciação. Ficou isto contente
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