Francisco
Miguel de Moura*
Um mosquito desvairado
Entrou-me pelo nariz,
Quando eu chegava cansado
Da caminhada que fiz.
Assuei tanto no lenço
Pra não fazer o que quis.
Mais e mais queria, penso,
Descer com tudo, o infeliz.
Jailto, o nosso porteiro,
No prédio, ajudar-me quis:
Pegou o bicho, e ligeiro,
Não quis saber de juiz...
Pisou com o pé direito,
Matou no chão o petiz,
Derrubando do seu jeito,
Pisou e ainda fez bis.
Insetinho trapaceiro,
Foi meu ladrão vis-a-vis,
Se vinha muito ligeiro,
Ganhou? Perdeu por um tris.
Não fará mais desaforo,
Entrar sem pedir licença,
Sem saber aonde moro,
Bem se vê que ele não pensa!
Jailto encerra: - Eu adoro,
Cortar tão má desavença:
Quem quer entrar, se demoro,
Dê dois toques, pois compensa.
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*Francisco Miguel de
Moura, poeta nato, que nunca morreu nem tem inveja dos que morrem de mosquito
ou de doença.
2 comentários:
Querido e muito estimado Chico Miguel!!!
Estou aqui para um abraço e dizer que amei o texto...danadinho de mosquito. Recebas meus cumprimentos e meu respeito.
te amo Poeta....
Veraportella
pretty nice blog, following :)
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