VIAGENS (Nova Versão)
Francisco Miguel de Moura*
Nas viagens do meu verso
Procuro encontrar guarida
Dentro do mesmo universo
que caminha minha vida.
Vejo a lua e vejo o sol,
De noite, vejo as estrelas.
Sou um poeta de escol,
Pra falar de coisas belas.
Nos jogos, eu sou tramela,
Neles só vi confusão.
A letra é meu barco à vela,
Onde pulsa o coração.
Minha vida não dá trela,
Do soneto, eu sou paixão,
Coloco a sorte mais bela
Nas viagens da emoção.
Nas viagens do meu verso
Onde estou com perfeição,
Me recrio, não disperso,
Pra não fazer confusão.
O amor é minha prece,
Pois dele me faço irmão,
Tudo o que vive e que cresce
Cabe no meu coração.
Sem amor não há mais nada,
Sem ele, o viver é vão.
Se nele houver trapalhada,
É drama, morte e paixão.
Dizem que o amor perece,
Quando não é muito são.
Mas se o amor vive e cresce,
Mais alegra o coração.
Sem amor é uma parada,
Sem ele, morre a canção.
Quando o amor é palhaçada,
Os amantes são carvão.
Por isto nos meus poemas
Escrevo com perfeição.
Tudo são almas, são temas
São luzes, sem confusão.
Do que fiz, do que desfiz,
Bato no velho bordão,
Peço perdão se mal fiz
Para alcançar salvação.
Nado nas ondas dos versos,
Pois não encontro cancela.
Tudo é luz e amor imersos
E a vida não se rebela.
Nos mares, os mais dispersos
De luz, poema e paixão,
Teço alguns pontos reversos
Mas dou vida ao coração.
Eu gosto dos meus caminhos,
Conheço outros universos,
Tudo e nada são meus vinhos,
Na viagem dos meus versos.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta e
trovador brasileiro,
mora em Teresina, Piauí, Brasil.
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