sexta-feira, 29 de julho de 2022

 


FRANCISCO MIGUEL DE MOURA

                                    (Chico Miguel, por ele mesmo)

            Francisco Santos-PI nada mais era do que o povoado “Jenipapeiro”, município de Picos, sertão do Piauí, quando Chico Miguel, do signo de gêmeos, nasceu aos 16 de junho de 1933. Estudos primários com seu pai; ginasial e contabilidade, em Picos, onde casou com Maria Mécia Morais Araújo Moura e morou cerca de 8 anos; formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e pós-graduado na Universidade Federal da Bahia. Nesse Estado, Capital e interior, também residiu por alguns anos.  Funcionário aposentado do Banco do Brasil.  Radialista, professor de língua e literatura, atividades que não mais exerce. Dedica-se exclusivamente à família e a ler e escrever. Mora em Teresina, onde produziu a maior parte de sua obra.

            Dirigiu as revistas “Cirandinha” e “Cadernos de Teresina”, colaborou em quase todos os números de “Presença” (órgão do Conselho Estadual de Cultura) e no “Almanaque da Parnaíba”. Atualmente colabora nos jornais de seu Estado; nas revistas “Literatura”, editada inicialmente em Brasília (hoje em Fortaleza), “Poesia para Todos”, e “Vozes”, ambas do Rio de Janeiro. É também colaborador permanente dos jornais “Diário do Povo”, de Teresina; do “Correio do Sul”, de Varginha, Minas Gerais; do “Diário dos Açores”, das Ilhas dos Açores e d“O Primeiro de Janeiro” (Suplemento “Das Artes das Letras”), de Porto, os dois últimos, de Portugal.

  É sócio efetivo da União Brasileira dos Escritores - PI e da Academia Piauiense de Letras, e membro-correspondente da Academia Mineira de Letras e da Academia Catarinense de Letras. Por diversos mandatos participou do Conselho Estadual de Cultura. E, na década de 1980, foi presidente da União Brasileira dos Escritores do Piauí.

            Além da cidade de Picos, onde assumiu, por concurso, a atividade de funcionário do Banco do Brasil, morou na Bahia e no Rio, e por último em Teresina, onde concebeu e publicou a maioria de suas obras.

            Estreou-se na poesia, em 1966, com o livro “Areias”, Teresina, 1966. Publicou depois “Pedra em Sobressalto”, 1972; “Universo das Águas”, 1979; “Bar Carnaúba”, 1983; “Quinteto em mi(m)”, 1986; “Sonetos da Paixão”, 1988; “Poemas Ou/tonais”, 1991; “Poemas Traduzidos”, 1993; “Poesia in Completa”, 1998 (comemorando os 30 anos de “tensa comunhão com a palavra”, no experiente dizer da Profª. Nelly Novaes Coelho); Vir@, 2001, e Sonetos Escolhidos, 2003, na área da poesia. Participou da antologia “A Poesia Piauiense do Século XX”, organizada por Assis Brasil, e de outras antologias poéticas publicadas desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, inclusive no exterior (Estados Unidos, França, Cuba e Portugal).

Em prosa é autor de três livros de contos (“Eu e meu Amigo Charles Brown”, de 1986; “Por que Petrônio não Ganhou o Céu”, de 1999 e “Rebelião das Almas”, de 2002); quatro romances (“Os Estigmas” 1984, reeditado em 2004; “Laços de Poder” 1991; “Ternura” 1993 e “D. Xicote” 2005), com o qual ganhou o prêmio Fontes Ibiapina em 2003, prêmio que, aliás, já lhe tinha sido conferido pela Fundação Cultural do Piauí ao romance “Laços de Poder”, nos idos de 1980.

            Mas não pode ser esquecida sua obra crítica, em cuja atividade ganhou nome nacional com o livro “Linguagem e Comunicação em O.G. Rego de Carvalho” (1972),  publicando depois “A Poesia Social de Castro Alves” (1979) e “Moura Lima,  do Romance ao Conto” (2002), além de sua grande produção na imprensa, que um dia deverá será recolhida em livro.

 

RETRATO

 

                        Francisco Miguel de Moura*

                             

 

Olhos azuis do céu, olhar certeiro,

Lábios grossos, mais alto um maxilar,

Se a boca fecha um bico faz-se no ar,

Mas quando ri, seu riso é feiticeiro.

 

Nariz perfeito, o corpo em linha reta,

Louro dolicocéfalo, do bem,

Comum inteligência e pra ninguém

Busca ser chato, e tem a paz por meta.

 

Leve de corpo e alma, ai como voa!

Se alguém o  fere, sofre mas perdoa,

Guarda as lições do bem, e o mal deplora.

 

Mas não é nenhum santo e não se acalma,

Se alguém lhe nega a consciência e a alma,

Mais feio fica e explode sem demora. 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piau, Brasil.

 

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