FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
(Chico Miguel, por ele mesmo)
Francisco Santos-PI nada mais era do
que o povoado “Jenipapeiro”, município de Picos, sertão do Piauí, quando Chico
Miguel, do signo de gêmeos, nasceu aos 16 de junho de 1933. Estudos primários
com seu pai; ginasial e contabilidade, em Picos, onde casou com Maria Mécia
Morais Araújo Moura e morou cerca de 8 anos; formado em Letras pela
Universidade Federal do Piauí e pós-graduado na Universidade Federal da Bahia.
Nesse Estado, Capital e interior, também residiu por alguns anos. Funcionário aposentado do Banco do
Brasil. Radialista, professor de língua
e literatura, atividades que não mais exerce. Dedica-se exclusivamente à
família e a ler e escrever. Mora em Teresina, onde produziu a maior parte de
sua obra.
Dirigiu as revistas “Cirandinha” e
“Cadernos de Teresina”, colaborou em quase todos os números de “Presença”
(órgão do Conselho Estadual de Cultura) e no “Almanaque da Parnaíba”.
Atualmente colabora nos jornais de seu Estado; nas revistas “Literatura”,
editada inicialmente em Brasília (hoje em Fortaleza), “Poesia para Todos”, e
“Vozes”, ambas do Rio de Janeiro. É também colaborador permanente dos jornais
“Diário do Povo”, de Teresina; do “Correio do Sul”, de Varginha, Minas Gerais;
do “Diário dos Açores”, das Ilhas dos Açores e d“O Primeiro de Janeiro”
(Suplemento “Das Artes das Letras”), de Porto, os dois últimos, de Portugal.
É sócio efetivo da União Brasileira dos
Escritores - PI e da Academia Piauiense de Letras, e membro-correspondente da
Academia Mineira de Letras e da Academia Catarinense de Letras. Por diversos
mandatos participou do Conselho Estadual de Cultura. E, na década de 1980, foi
presidente da União Brasileira dos Escritores do Piauí.
Além da cidade de Picos, onde
assumiu, por concurso, a atividade de funcionário do Banco do Brasil, morou na
Bahia e no Rio, e por último em Teresina, onde concebeu e publicou a maioria de
suas obras.
Estreou-se
na poesia, em 1966, com o livro “Areias”, Teresina, 1966. Publicou depois
“Pedra em Sobressalto”, 1972; “Universo das Águas”, 1979; “Bar Carnaúba”, 1983;
“Quinteto em mi(m)”, 1986; “Sonetos da Paixão”, 1988; “Poemas Ou/tonais”, 1991;
“Poemas Traduzidos”, 1993; “Poesia in Completa”, 1998 (comemorando os 30 anos
de “tensa comunhão com a palavra”, no experiente dizer da Profª. Nelly Novaes
Coelho); Vir@, 2001, e Sonetos Escolhidos, 2003, na área da poesia. Participou
da antologia “A Poesia Piauiense do Século XX”, organizada por Assis Brasil, e
de outras antologias poéticas publicadas desde o Nordeste até o Rio Grande do
Sul, inclusive no exterior (Estados Unidos, França, Cuba e Portugal).
Em
prosa é autor de três livros de contos (“Eu e meu Amigo Charles Brown”, de 1986;
“Por que Petrônio não Ganhou o Céu”, de 1999 e “Rebelião das Almas”, de 2002); quatro
romances (“Os Estigmas” 1984, reeditado em 2004; “Laços de Poder” 1991; “Ternura”
1993 e “D. Xicote” 2005), com o qual ganhou o prêmio Fontes Ibiapina em 2003,
prêmio que, aliás, já lhe tinha sido conferido pela Fundação Cultural do Piauí
ao romance “Laços de Poder”, nos idos de 1980.
Mas
não pode ser esquecida sua obra crítica, em cuja atividade ganhou nome nacional
com o livro “Linguagem e Comunicação
RETRATO
Francisco
Miguel de Moura*
Olhos azuis do céu, olhar
certeiro,
Lábios grossos, mais alto um
maxilar,
Se a boca fecha um bico
faz-se no ar,
Mas quando ri, seu riso é
feiticeiro.
Nariz perfeito, o corpo em
linha reta,
Louro dolicocéfalo, do bem,
Comum inteligência e pra
ninguém
Busca ser chato, e tem a paz
por meta.
Leve de corpo e alma, ai como
voa!
Se alguém o fere, sofre mas perdoa,
Guarda as lições do bem, e o
mal deplora.
Mas não é nenhum santo e não
se acalma,
Se alguém lhe nega a
consciência e a alma,
Mais feio fica e explode sem
demora.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em
Teresina, Piau, Brasil.
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